22/05/2023

Educação para Minimizar Consciências Débeis

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806

 

Nietzsche pontua dois tipos de pessoas: as que seguem o próprio desejo e as que seguem o desejo dos outros, sendo estas últimas, pessoas totalmente manipuláveis por serem fracas e débeis, limitando-se a fazer o que é sugerido por terceiro.

Em contrapartida, as pessoas que seguem o próprio desejo, são as que usam do seu poder de discernimento e não acredita nas falácias pregadas pelos manipuladores. São pessoas que encontram-se fora da curva de alienação e por isso é vista como rebeldes, subversivos causando de certa forma, o ostracismo na sociedade em que se encontra.

Em relação as pessoas manipuláveis, na obra Educação um Ato Político, publicado pela Autografia em 2019 é feito um alerta contra o instrucionismo, já que nele o aluno não desenvolvi o discernimento, fomentando assim a sua permanência no processo de domesticação subalterna, isto é, a escola colocando na sociedade pessoas docilizadas e alheias a qualquer tipo de manipulação imposta pela elite pensante.

As pessoas que pensam pelos outros são levas a completa imbecilidade nos remetendo a uma metáfora proferida por Harari em seu livro 21 Lições para o Século 21, publicado pela  Companhia das Letras em 2018, quando disserta que existia um homem cego que apalpava apenas a cauda de um elefante e este chegou a conclusão que o elefante era uma espécie de pincel.

Assim tem sido desde que a sociedade se formou, homens manipulando homens, corroborando com as falas do filósofo Thomas Hobbes quando ressaltava que o homem é o lobo do homem.

As escolas públicas mais tem domado seus alunos que educado, ou seja, estas escolas têm se preocupado em trabalhar mais com estímulos respostas do que com criticidade, autonomia e discernimento.

Obviamente que a culpa é de todo sistema educacional e não das escolas em si, o que outrora era alertado pelo grande educador e pensador Darcy Ribeiro ao afirmar que a crise na educação se tratava de um projeto, o que implica em dizer que quanto mais ignorantes forem nossos alunos, maior será a massa de manobra, para as elites políticas e em concomitância, outros tipos de líderes como os religiosos que por persuasão e ignorância de seus fiéis, ficam milionários em detrimento a miséria de seus seguidores.

Freire em seu livro Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa, publicado pela Paz e Terra em 1996, salienta que nós professores precisamos fazer com que nossos alunos se sintam presença no mundo e não uma mera marionete. Nas falas de Freire, quando o educando se sentir presença no mundo, ele perceberá que pode pensar por si só, saberá intervir, transformar, constatar, avaliar, valorar, decidir e até romper, ou seja, ele estará fazendo valer o seu protagonismo e criticidade.

Interessante perceber que o poder de manipulação realizado com as pessoas sem discernimento e que só sabem seguir a vontade dos outros ou repetir suas ações, realizam ideias absurdas, fomentam preconceito e a intolerância.

É justamente por meio destas pessoas que as guerras acontecem e continuam dizimando vidas e sonhos, como aconteceu com o povo alemão que foi levado acreditar em uma superioridade imaginária, praticando genocídios de povos que acreditavam ser inferiores como judeus, ciganos dentre outros.

Pessoas sem discernimento, acreditam em ideias absurdas pelo simples fato de alguém estar falando, alguém que mesmo abstraído de moral e caráter, é visto como exemplo de cidadão da mesma forma que o cego viu na cauda do elefante apenas um tipo de pincel.

A educação precisa criar formas de minimizar as consciências débeis por meio do conhecimento, da criticidade e do humanismo e não em aumentar cada vez mais a massa de manobra que alimenta este sistema corruptível.

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