11/05/2018

Educação para Equidade

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

 

            Certo adágio afirma que “a ignorância pode ser vista como uma benção”, e infelizmente acaba sendo verdade, pois é difícil conceber que uma pessoa esclarecida tenha acesso a algumas informações, e assim mesmo continuar na sua inércia. Peguemos como exemplo pesquisas realizadas pelo IBGE, publicada pela Veja Economia em dezembro de 2017. Tal pesquisa elucida que 52 milhões de brasileiros estão abaixo da linha da pobreza, prestem atenção, a matéria disse abaixo e não na linha de pobreza, e outra pesquisa também realizada pelo IBGE e divulgada pela Agência Brasil também em dezembro de 2017, afirma que 50 milhões de brasileiros vivem na linha de pobreza.

            Temos então aproximadamente 102 milhões de pessoas pobres que vivem com uma renda familiar equivalente a R$ 387,07 (trezentos e oitenta e sete Reais e sete centavos).

            O agravante nisso tudo é que a pobreza no país tende a aumentar cada vez mais e um dos motivos é a corrupção através dos desvios de verbas (saúde, educação e segurança).

            A Rede Brasil Atual no mês de março de 2018 esclareceu em reportagem que o Brasil retrocedeu 10 anos em dois, o que é reforçado com uma reportagem realizada pelo jornalista Guilherme Coutinho quando informa que o total desprezo do Governo Federal pelos pobres chega a ser um crime. Para o jornalista “não existe nada mais vergonhoso para um país que uma desigualdade social tão gritante. E um governo que não faça nada para reduzi-la, e ao contrário, a fomenta, é no mínimo irresponsável e criminoso”; e assim estamos vivendo, sendo ora testemunha e ora cúmplice deste crime, o que nos remete a fala de Chico Xavier quando esclarece que “a omissão de quem pode e não auxilia o povo, é comparável a um crime que se pratica contra a comunidade inteira.”

            Paulo R. Cequinel escreveu um poema e o intitulou Poema das Necessidades, e resumindo-o ele diz que as pessoas não precisam ser o que está sendo injustiçado para lutar pelos direitos, ou seja, não preciso ser negro para lutar contra racismo, não preciso ser mulher para lutar contra o machismo que a fere e até mesmo a mata, não preciso morar na favela para exigir uma moradia mais digna e com infraestrutura e tampouco ser criança para lutar contra o abuso, e seguindo este raciocínio, não preciso ser miserável para lutar pelos pobres, aliás, por ser esclarecido é que preciso lutar por estes que estão privados de tantas coisas, até mesmo do que é primordial as suas vidas: “conhecimento”.

            Já dizia Demo (2000, p. 146) em seu livro Saber Pensar publicado pela Cortez, que ser pobre é menos não ter do que não ser. Para o autor, a ignorância é o cerne da pobreza, sendo assim, pobreza “não implica apenas estar privado de bens materiais, mas, sobretudo estar privado de construir suas próprias oportunidades”.

            Para o autor, o povo tem que ter condições de prover o próprio sustento e isso só acontecerá quando este for mais esclarecido, e isso só acontecerá com uma educação de qualidade.

            O governo para minimizar a miséria do país deve trabalhar a equidade e não igualdade, pois na equidade cabe apreciar, julgar com retidão, imparcialidade, justiça e igualdade, assim sendo, temos que primar pela equidade de direitos e não igualdade.

            Infelizmente a nossa política vive da miséria de seu povo o que é afirmado por Rousseau quando enfatizava que “são os soberanos que fazem os miseráveis”.

            Logo, pode-se perceber que a educação de qualidade é uma forma de acabar com a miséria, pois uma pessoa esclarecida luta por seus direitos e sabe bem os seus deveres.

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