25/02/2021

Educação para Animosidade

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

 

Animosidade tem sido a justificativa para a falta de empatia, de alteridade, de resiliência e de amor ao próximo.

Ela é vista como uma vontade em se fazer o mal, em prejudicar os outros direta ou pela manipulação de terceiros, embasada em mentiras para efetivação do ato em si.

Tal conceito está relacionado a alguém que se incomoda como bem estar e a felicidade do outro, e fará de tudo para que não aconteça, e caso venha a acontecer, para que seja o mais breve possível, pois este termo está relacionado ao descontrole emocional, que faz jus a uma pessoa pernóstica.

A animosidade ressalta um déficit emocional e ratifica uma cegueira afetiva que segundo Goleman em seu livro Inteligência Emocional, publicado pela Objetiva Ltda em 1995, é a incapacidade de avaliar o significado emocional dos fatos. Para o autor, a inteligência acadêmica tem pouca relação com a vida emocional.

Seguindo os pensamentos do autor supracitado, a falta de inteligência emocional é acarretada também pela falta de inteligência interpessoal que é a “capacidade de discernir e responder adequadamente ao humor, temperamento, motivação e desejo de outras pessoas”

O autor é enfático ao elucidar que a inteligência emocional se baseia em cinco domínios que são: conhecer as próprias emoções (autoconsciência), lidar com emoções, motivar-se, reconhecer emoções dos outros e lidar com os relacionamentos.

Assim sendo, quando se tem controle das emoções, o indivíduo aprende a lidar com frustrações e concomitantemente com o controle da raiva além de ficar menos ofensivo verbalmente, evitando assim, brigas e perturbações.

Outros fatores que também devem entrar em consideração são: uma capacidade maior de se expressar sem agressões, menos comportamentos autodestrutivos, mais sentimentos positivos sobre si mesmo além de menos solidão e ansiedade.

Animosidade ressalta uma falta de desrespeito e principalmente uma falta de educação, não aquela formal, mas a educação de berço e também uma educação humanista.

Pessoas com "alta animosidade" estão na iminência de praticar transgressões éticas, e segundo Rodrigues em seu livro Ética e Cidadania, publicado pela Moderna em 1994, a ética tem a ver com princípios mais abrangentes e a mesma é legitimada pela racionalidade.

Gallo em seu livro Ética e Cidadania: caminho da filosofia: elementos para o ensino da filosofia, publicado pela Papirus em 2003 esclarece que ética é uma parte da filosofia que "se dedica a pensar as ações humanas e seus fundamentos". Para o autor, a busca do bem é o que difere a ação humana dos demais animais.

Para Rodrigues supracitado, a ética se baseia em princípios e valores a guiarem e orientarem as relações humanas, portanto trata-se de uma conduta suscetível a uma qualificação sob o ponto de vista entre o bem e o mal, o que é corroborado por Sanchez em seu livro Ética, publicado pela Civilização Brasileira em 2002, quando elucida que a palavra grega ethos deu origem a ética e significa analogamente modo de ser e está intrinsecamente ligada ao caráter do indivíduo.

Dito isso, pode-se observar que animosidade, falta de educação e falta de ética andam de mãos dadas, entretanto, uma educação embasada na tríade amor, confiança e valor[1] é a solução para não só este mal, mas outros males relacionados a desvios de comportamentos e caráter.

 

[1] Para mais informações vide http://gestaouniversitaria.com.br/artigos/amor-confianca-e-valor-na-educacao

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