01/08/2022

Educação: Olhares e Percepções

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Em nossa atual conjuntura, estamos passando por um retrocesso no processo educativo, ou seja, estamos voltando ao ensino "Prussiano", isto é, aquele ensino originado do militarismo, da competitividade, de crianças treinadas para guerrear, tanto que nos últimos 4 anos, houve um aumento de 473% de licenças para armas de fogo.
Cabe pontuar que o sistema educacional prussiano com o intuito de unificar a Prússia, foi o primeiro sistema público de ensino e ressaltava que as crianças eram meros instrumentos de manipulação, o que nos remete a letra da música AnotherBrick in the Wall, lançada em 1979, da Banda Pink Floyd, dizendo que "Wedon'tneed no education. Wedon'tneed no thoughtcontrol", ou seja, "Nós não precisamos de nenhuma educação. Nós não precisamos de nenhum controle de pensamento", e este modelo prussiano era o que justamente fazia, controle de pensamento.
Retrocedemos porque outrora tivemos movimentos como os escolanovistas que questionava justamente o proposta acima, ou seja, a passividade das crianças diante da escola tradicional. Elas não seriam apenas mais um tijolo no muro, como ressaltado na música acima.
Neste movimento, foi focada a individualidade de cada aluno, bem como a adversidade da aprendizagem, incentivo a reflexão, observação e pensamento crítico, e dando continuidade a este pensamento, as escolas se tornaram inclusivas, trabalhando e respeitando as especificidades de seus alunos.
Assim sendo, os olhares e percepções mediante ao sistema educativo não é nada promissor ao jovem, e tem-se como exemplo a reforma do ensino médio público e a falta de investimento nas universidades federais, bem como o sucateamento das instituições escolares públicas (ensino Fundamental I e II, Ensino Médio e Educação Superior) e a desvalorização dos profissionais.
A realidade da educação e da cultura é tão gritante que no atual governo, o Brasil perdeu quase 800 bibliotecas públicas e abriu quase um clube de tiro por dia e na sua maioria, sem a devida fiscalização, ou seja, menos educação e mais tiros. 
Ao invés de pessoas críticas e protagônicas, o governo aposta em pessoas imbecilizadas, subalternas para engrossar a massa de manobra e perpetuar o seu poder.
Quanto aos olhares e percepções é notável que o Brasil sentirá o peso desta ignorância por um bom tempo, mesmo mudando a política, todavia, não podemos perder a fé de que a educação continuará sendo a pedra angular para uma sociedade mais humanizada, igualitária e justa e que armas jamais substituirão educação.

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