Educação o elo mais forte da Cidadania
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806
Como e quando trabalhar a cidadania em nossos alunos de forma a refletir positivamente na sociedade, já que a educação pode ser vista como uma ação transformadora, fazendo assim a diferença na vida de alguém, atendendo as demandas afetivas, físicas, sociais e cognitivas e despertando de certa maneira, o desejo pelo saber?
Peguemos como exemplo a Finlândia, um país que tem uma das melhores educações do mundo, e saiba que lá, busca-se a excelência em sua base, começando pela valorização do professor por meio do respeito e reconhecimento.
A educação neste país desenvolve a autonomia pedagógica do professor bem como a dos alunos, e a autonomia começa nas séries iniciais, todavia, não se pode trabalhar autonomia sem perpassar por cidadania.
O ensino na Finlândia é baseado em situações problemas ou projetos de aprendizagem, fazendo usos de situações fictícias ou reais contidas na comunidade em que os alunos se encontram inseridos, assim sendo, os alunos aprendem fazendo, ou seja, buscando possíveis soluções, tornando-se agentes ativos e transformadores.
É percebido que os ensinos fundamentados em problemas e/ou projetos, sobrepõe as aulas tradicionais que são comuns em nosso modelo de ensino, e a metodologia utilizada na Finlândia tem como cerne a autonomia do educando, no qual o professor passa a ser apenas o mediador do conhecimento, direcionando o aluno para leituras e busca do conhecimento de forma autônoma, fugindo a “standartização” dos comportamentos na maneira de pensar.
Interessante perceber que os testes formais muito utilizados por nós brasileiros, em países como a Finlândia é algo que não é muito considerado, pois o importante são atividades em grupos relatando experiências e vivências destes alunos em relação ao trabalho proposto.
Observe que a autonomia do aluno é trabalhada desde as séries iniciais e com isso, a sua cidadania vai se tornando cada vez mais ativa, e isso explicita o abismo que a nossa educação se encontra em relação aos países nos quais ela é a prioridade, e o dia que a nossa educação for também a prioridade, deixaremos o amargo 53º lugar no ranking de acordo com o portal do Ministério da Educação e Cultura.
Quando em nosso país, as séries iniciais começarem a trabalhar uma cidadania consciente e ativa em seus alunos, a educação começará a ter a sua excelência, já que nossas escolas não desenvolvem em nossos educandos um saber pensar que o tire da massa de manobra bem como da submissão e alienação, causada pela domestificação imposta por nossa sofrível educação, manipulada por um sistema elitizado e exclusivista.
Quando os professores começarem a trabalhar a cidadania em seus educandos, eles com certeza deixarão a passividade destas ações nefastas e passarão a ser os próprios agentes transformadores e cognoscentes.
O livro Escola não é Depósito de Crianças: A importância da família na educação dos filhos, publicado pela WAK em 2012, corrobora as afirmações acima, afirmando que para uma aprendizagem levar seus educandos a uma cidadania crítica/ativa e também a um protagonismo social, a escola deverá propiciar a busca de um conhecimento pertinente ao entorno de seus educandos, analisando o ambiente escolar, o contexto sociocultural, a família e seus costumes.
Observe que a obra supracitada pontua justamente o que é feito na Finlândia, já que os projetos focam problemas reais ou fictícios fomentando a sua criatividade para as possíveis soluções.
No livro Gestão Afetiva: Sistema Educacional e Propostas Gerenciais, publicado pela WAK em 2020 é salientado que os educandos não podem ser submissos e a escola tem que assumir o seu papel institucional protagônico que fomentará a cidadania, formando assim cidadãos para a vida e não para o trabalho, focando também a formação integral do educando, já que será no entorno escolar que ocorrerão encontros, socializações e transformações, fazendo deste ambiente uma seara fértil e propício para o desenvolvimento não só integral, como também holístico da Nação.