27/05/2022

Educação no Combate a Violência Fardada

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

O filósofo, sociólogo, historiador e economista Karl Marx elucida que a “História acontece como tragédia e se repete como farsa”, assim sendo, peguemos como exemplo o excesso de força aplicado pela polícia durante  a ditadura oriunda do Golpe de 1964 e o excesso exercido nos dias atuais, aplicados pela principal instituição que deveria proteger o cidadão.
A atual conjuntura nos remete a composição de Antonio Bellotto do grupo Titãs cuja música Polícia nos esclarece que ela existe para ajudar, ela existe pra proteger, mas será?
Em algumas corporações, a sociedade enxerga a polícia como bandidos fardados, que fazem uso do uniforme para extorquir, corromper, intimidar e até mesmo exterminar, tudo isso com a plena certeza da impunidade, forjando situações para justificarem atos violentos.
Não cabe aqui julgar esta instituição, pois como dizia o sábio Terência, “nada do que é humano me é estranho” e não pode ser a conduta de uma minoria que tirará a honradez de muitos.
A história tem se repetido e o pior, sob os olhos do governo que fomenta e parabeniza ações desta natureza.
Existe hoje uma cultura de se banalizar a morte oriunda da ação policial, todavia, nem todos abordados são bandidos. Muitos são pais de famílias, e/ou jovens que tinham sonhos e deixou os familiares, e não precisamos apelar para as estatísticas para provar que a maioria era negro e pobre.
Hoje, alguns policiais prendem, julgam e condenam o cidadão a pena de morte, e estes policiais formam uma corporação para blindarem suas ações, respaldadas pelo nosso chefe de estado que é visto pelo novo ministro e pastor presbiteriano André Mendonça como “um profeta no combate à criminalidade”.
Aí entra a educação que segundo Souza em seu livro Introdução a Sociologia da Educação, publicado pela Autêntica em 2007, tem a tarefa de resgatar a cidadania.
Interessante pontuar as falas de Souza quando elucida que a ignorância, o esquecimento e o desprezo dos direitos do homem são as únicas causas das desgraças públicas e da corrupção dos Governos, e corrupção tem sido um marco em todas as políticas, em todos os tempos, desde que os portugueses vieram para explorar nossas riquezas naturais.
É sabido que quanto mais educado for o cidadão, menos violência terá a nossa sociedade (exceto em alguns casos atípicos em que a pessoa teve boa educação formal, só caracteriza desvio de caráter e desequilíbrio emocional) e isso  ressalta a importância em se investir em uma educação de qualidade, para que as pessoas possam ter mais oportunidades na pirâmide social, mais discernimento e se tornem mais humanizados.
Uma Sociedade educada e conhecedora de sua história, fará de tudo para que as máculas deixadas por elas não se repitam e nem se transforme em farsas para que a manipulação para políticos oportunistas, corruptores e alienadores.
Torçamos então para que nossos policiais tenham aprendido a defender o cidadão e o Estado na escola em que a moral, a ética e o humanismo sejam a base de suas formações, pois não existe nada mais sagrado que o valor e o respeito pela vida.

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