Educação na Era Isolamento

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

            Ao estudarmos as teorias de Darwin, perceberemos que existe uma variável de suma importância para nossa evolução que é a da adaptação, ou seja, se não fossemos adaptáveis estaríamos extintos há décadas.

            O ser humano é um dos animais mais adaptáveis ao ambiente, pois em seu código genético encontra-se um instinto de sobrevivência que aciona toda uma gama de conhecimento e discernimento, ou seja, não se limita apenas aos seus impulsos.

            Nós educadores nos tornamos exemplos vivos dessa era de isolamento, pois não nos limitamos apenas as salas de aulas e "quadro e giz", pois nos adaptamos e reaprendemos.

            Superamos bloqueios psicológicos, driblamos dificuldades e principalmente, acreditamos na educação, assim sendo, aprendemos gravar aulas, editar vídeos, trabalhar com diários on-line, dar tutoria, participar de reuniões virtuais, de lives e aulas on-line, a utilizar vários grupos de whatsapp para trocas de materiais, informações sobre sistema de educação, política educacional e tutorias. Aprendemos a utilizar um portal eletrônico para preparar uma boa prova, bem como enviar trabalhos e acompanhar a vida acadêmica de nossos educandos.

            Aprendemos também a preparar relatórios de aprendizagem bem como roteiro para melhor acompanhamento.

            Aumentamos nossos trabalhos, pois muitos lecionam agora para seus alunos e de forma concomitante, para os pais destes, que se acham no direito de questionar as aulas e fazerem as provas com seus filhos, exigindo assim boas notas, e até mesmo utilizando de certa arrogância ao criticar as notas recebidas pelos seus filhos.

            Passará esta era isolamento e os bons alunos continuarão bons, suas notas presenciais ressaltarão apenas a sua dedicação, entretanto, os demais perceberão que suas boas notas foram mediante farsas fomentadas pelos próprios pais, que os impediram de um amadurecimento e de conquistar a sua própria autonomia.

            E continuaremos com nossas aulas, porém, com um repertório melhor quanto as novas metodologias e com a consciência tranquila em termos dado nosso máximo.

            Somos profissionais que não aceitamos e tampouco oferecemos a nossa mediocridade, pois pensamos como John Deere quando afirmava que "jamais colocarei meu nome em um produto que não tenha em si, o melhor que existe em mim" e assim somos com a educação, oferecemos sempre o nosso melhor.

            Nós educadores, acreditamos no poder transformador da educação e nessa " estranha mania de ter fé na vida", pois o que para muitos parece ser o fim, para nós educadores é apenas a vida em transformação, e assim é a educação, uma constante transformação para melhor, sempre.

            Como dizia Fernando Pessoa, "há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares", então, que trilhemos novos caminhos e estejamos abertos para novas descobertas e aprendizagens.