24/05/2022

Educação na Busca da Autonomia

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Como visto em meu livro Educação um Ato Político, publicado pela Autografia em 2019, a educação realmente é uma ação intencional, todavia cabe a nós percebermos de fato qual o verdadeiro objetivo da mesma, já que, existe uma divergência quanto ao que se pretende em relação aos profissionais da educação e o que é imposto pelas políticas educacionais oriunda das políticas públicas. 
Segundo Canário em sua Obra A Escola tem Futuro? Das Promessas às Incertezas; publicado pela Artmed, em 2006, os educadores encontram-se no olho do furacão, isto é, nós educadores encontramo-nos no centro do problema ao qual somos as vítimas destes distúrbios causadas pelas políticas imediatistas e levianas para com toda sociedade.
Apesar das divergências, encontramos educadores com forças hercúleas para o enfrentamento do sistema corruptível e propositalmente alienador, ao qual com o seu poder nefasto, faz-se da educação um meio poderoso para aumentar a massa de manobra formada por pessoas imbecilizadas que estão a ecoar as estultices de nosso chefe de Estado.
Paulo Freire é um ícone para os verdadeiros educadores, diga-se verdadeiros porque toda educação deve ser libertadora, todavia, existem pseudo-educadores que confabulam com este sistema protofascistas e perdem o verdadeiro brilho do educador e em concomitância o seu próprio brio. 
Paulo Freire é enfático em sua obra Pedagogia da Autonomia, que se tornou clássico publicado em vários idiomas. Nesta obra, Freire destaca práticas docentes fundamentais que poderão direcionar o educando a autonomia e a criticidade, e para que isso ocorra, faz-se mister que o educador tenha rigorosidade metódica e também curiosidade para buscar novos conhecimentos através da pesquisa, pois como o próprio Freire nesta obra elucida que a pesquisa leva a constatação, intervenção e ao verdadeiro conhecimento libertador.
Os políticos exigem uma educação neutra, mas ela nunca é neutra, já que desenvolve e fomenta no cidadão toda a criticidade e protagonismo cognoscente, fazendo-o sair da domesticação subalterna e desenvolvendo neste um eu no mundo e um agente transformador.
O verdadeiro educador corporifica as palavras pelo próprio exemplo embasado na ética e no amor ao que se faz, rejeitando toda e qualquer forma de discriminação
Canário citado acima, complementa as falas acima ao elucidar que deve existir uma educação focando a realidade social do educando, pois a sua separação implicou no fechamento da escola sobre si. 
Segundo as falas do autor, alguns inconvenientes relacionados ao suposto fechamento da escola, são referentes ao exposto “ligar a escola à vida”.
Sua forma de pensamento é uma ressonância com a de Paulo Freire, pois para o autor. “subestimar a experiência dos aprendentes tem-se traduzido em um déficit de sentido do trabalho escolar, marcando negativamente a relação com o saber” 
Dando continuidade as falas acima, Freire esclarece que ensinar implica respeitar à autonomia do ser do educando, levando sempre em consideração o reconhecimento e a assunção da identidade cultural, fomentando também a liberdade, autoridade, protagonismo para tomada consciente de decisões e uma melhor intervenção no mundo.
Assim sendo, que nós professores sejamos subversivos quanto aos planos de manipulação da educação como forma de alienação para perpetuação deste poder imbecilizado que rouba a dignidade de uma nação em prol de uma elite dominadora e inescrupulosa. 

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