29/07/2022

Educação: Maria da Penha ou Mudança de Postura?

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Pouco elucidado nas escolas, a Lei Maria da Penha é uma lei que cria " mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher [...]".
Maria da Penha é uma farmacêutica bioquímica nascida no Ceará, fundadora do Instituto Maria da Penha que tem o intuito de contribuir para monitorização do comprimento da Lei.
Maria da Penha foi vítima de violência doméstica por parte do seu marido, que quando estava dormindo e completamente vulnerável, levou um tiro nas costas do marido, o que a deixou paraplégica, e como se não bastasse, meses depois, o marido tentou eletrocutá-la. 
A Luta por justiça em nosso país sempre é longa, pois infelizmente temos uma justiça completamente cega, misógina e elitista, mas graças à intervenção da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (CIDH/OEA), esta Lei foi sancionada.
Trata-se de uma lei de suma importância para resguardar o bem estar da mulher, já que no Brasil, uma menina ou mulher é estuprada a cada 10 minutos, 3 mulheres são vítimas de feminicídio a cada 24 horas, 30 mulheres sofrem agressões físicas por hora
Outra vítima da violência que infelizmente sucumbiu ao poder usurpador foi Marielle Franco que se tornou símbolo internacional, sobretudo da luta de mulheres negras com uma trajetória que possibilitou o reconhecimento da importância da mulher negra e favelada para o fortalecimento da democracia.
Os sacrifício destas mulheres não podem ser em vão, mas na atual conjuntura política em que nosso Chefe de Estado em sua insanidade, com mais um de seus discursos preconceituosos, ele incita novamente a violência.
Mais uma vez nosso presidente vai à contramão da civilidade e do humanismo, ao justificar corte financeiro que reduz orçamento da Secretaria da Mulher, afirmando de forma imbecil que "não se trata de dinheiro, mas de postura e conscientização", ou seja, a responsável por ser estuprada, pela violência sofrida e pelo feminicídio é a própria mulher que não quer mudar a sua postura.
Que a educação possa esclarecer nossos educandos que somos os únicos responsáveis por nossos atos, não nos cabe terceirizá-los e que a mulher tem que ter voz assim como todos, desta forma, que possamos dar força para que elas possam assumir este papel político que encontra-se totalmente falho nos homens.

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