Educação Fomentando Alunos Questionadores
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806
Como sabido, a educação é uma ação voluntária e que tem como cerne a transformação do indivíduo, transformação essa como ressaltado no livro Educação e a Não Neutralidade, publicado pela Ícone 2024, que tirará o educando da condição de massa de manobra, ser alienável, sem discernimento, objeto de manipulação e totalmente docilizado para emergir como agente protagônico cognoscente, participação e emancipado.
É obvio para que isso aconteça, o próprio aluno tem que ser um ser questionador e cabe ao docente, ser instigador de questões a serem pesquisadas, sanadas e até mesmo refutadas, já que é por meio desses questionamentos que os cidadãos aprenderão desde a mais tenra idade escolar.
Pode-se perceber que nossos educandos não são preparados para questionar, fazer perguntas significativas com intuito de buscar respostas relevantes e racionais.
No livro Educação uma Questão de Politizar, é levantado por mim que o docente tem que se reconhecer como pesquisador e instigar em seu aluno a pesquisa em si, para que ele desenvolva seu discernimento e sua autonomia intelectual, fugindo do modismo midiático fugaz e principalmente das fakenews que encontram um terreno fértil para os incautos.
O aluno é tão direcionado a dar respostas que ele sequer sabe formular uma pergunta pertinente a qualquer tema, e prova disso está na dificuldade que muitos alunos têm em fazer pesquisas em sites de busca e/ou ChatGPT.
O fato é que alunos têm dificuldades em formular perguntas e para Rubinstein (2019)[1], a pergunta é a disparadora de uma situação de aprendizagem.
É no questionamento que o aluno ora ensina, ora aprende e assim acontece também com o professor e para a pesquisadora a pergunta é a mediadora do aprender.
Rubinstein (2019) ressalta ainda que perguntas também são “norteadoras e materializam postura científica. O cientista está sempre questionando, comprovando hipóteses para nortear a intervenção”, e essa deve ser a postura de um aluno cujo professor busca fomentar a curiosidade, a dúvida constante, o discernimento e autonomia intelectual.
Dito isso pode-se constatar que a pergunta e/ou questionamento é de suma importância no processo ensino-aprendizagem, já que desempenha um papel de grande relevância como ferramenta para estimular a curiosidade, promover a reflexão, aprofundar o conhecimento e fazer o aluno questionar o status quo.
Sendo assim, será por meio do questionamento, tanto por parte discente quanto docente que efetivará o aprendizado, dessa forma, que nós educadores possamos instigar nossos alunos a fazerem perguntas como também buscar respostas as próprias perguntas, deixando a passividade do ser rumo ao protagonismo cognoscente.
[1] RUBINSTEIN, Edith. A pergunta no processo de ensino-aprendizagem. Rev. psicopedag., São Paulo , v. 36, n. 111, p. 317-331, dez. 2019 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862019000400007&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 02 ago. 2025.