Educação Elucidando White Trash
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806
Educação tem que ser uma ação instigadora para subtrair qualquer tipo de alienação no cidadão.
É uma forma de desenvolver no cidadão todo o seu poder de discernimento, mas claro, o ato de educar precisa contar também com a autonomia intelectual desta pessoa, e uma das formas de isso acontecer é por meio de leituras acadêmicas e/ou científicas, e não o tipo de leitura negacionista que leva o cidadão a desinformação e a pura e completa imbecilidade.
Ciente de que o ato de educar nunca é neutro, e essa afirmação é basilar nos livros Educação e a Não Neutralidade (Ícone: 2024), Educação Uma Questão de Politizar (Ícone: 2022) e Educação Um Ato Político (Autografia: 2019), essa ação passa a ter um viés subversivo diante da população, isso porque o povo esclarecido é um povo que não se deixa manipular.
É por meio da educação que se trabalha consciência de classe que não tem ligação alguma com “comunismo”, termo este usado pelos verdadeiros manipuladores que sequer sabem o verdadeiro significado desta ideologia, mas que não medem esforços para o “emburrecimento” da massa e assim manter o seu curral eleitoral, que outrora era outorgado aos “coronéis” que eram representados por grandes proprietários rurais e chefes políticos do interior do Brasil durante a República Velha, e que exerciam o autoritarismo sobre a população local.
Hoje essa mesma massa de manobra encontra nas igrejas e os pastores são os coronéis de hoje, fazendo com que votem em quem eles indicarem, e alguns usam a Bíblia ou o nome de Deus como forma de coagir o fiel incauto e descapitalizado intelectualmente.
O fato é que o Capital Intelectual do cidadão é aumentando na mesma proporção que a sua autonomia intelectual, e uma forma de fazer com que este capital aumente é por meio da leitura, todavia o povo brasileiro não é afoito a este tipo de busca de conhecimento, visto que temos no Brasil 53% de uma população que sequer ler uma página de um livro.
O problema é que oportunistas com a intenção de aumentar os adeptos às imbecilidades, extraem fragmentos de textos retirados do contexto e usam de uma narrativa falseada, subtraída de qualquer pudor ou ética, e assim vão aumentando quase que exponencialmente seus admiradores.
Interessante acrescentar que os livros, visto como um das formas mais utilizadas para a autonomia intelectual, são os mais usados como contraexemplo, foi o caso do livro Capitães de Areia de Jorge Amado[1]; O Menino Marrom de Ziraldo; O Avesso da Pele de Jeferson Tenório e agora o livro “O pobre de direita: A vingança dos bastardos” escrito por Jessé Souza.
Todos os livros citados acima fazem críticas ao sistema e todos foram reprovados pelos fascistas que sabem que este tipo de leitura eleva a criticidade do leitor, o raciocínio mais coeso e lógico e também a erudição, e a elite não quer que o pobre pense, aliás, não quer que o pobre raciocine.
Este último livro denominado O pobre de direita: A vingança dos bastardos, fala sobre um termo em inglês denominado White Trash ou Lixo Branco, e é bem explicado em notas de rodapé o seu significado, isto é, para qualquer pessoa com o mínimo exigido de letramento saberá entender o que está escrito, todavia, um casal nazifascista fez um recorte deste termo e por meio de vídeo, descontextualizou o que o autor escreveu e tentando difamá-lo.
O termo White Trash foi cunhado nos Estados Unidos em 1855 para diferenciar o branco aristocrata e o branco de baixa classe social.
É uma forma de explicar que o pobre da direita vota no próprio patrão que lhe tira os direitos trabalhistas. É aquele pobre que vota contra ele próprio para agradar o seu algoz, aqui me é permitido fazer uma metáfora ao que chamamos de Síndrome de Estocolmo[2].
Enfim, escrever aos olhos destes nazifascistas é algo que coloca em evidência as imbecilidades que eles pregam, e isso passa a ser visto como uma forma de perder o seu cercadinho, porque o simples fato de ler, implica na prática da cidadania, no aprendizado, na transformação da sociedade que não se deixará ludibriar pelas imbecilidades ditas por alguns políticos e influenciadores.