Educação e Vacina
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
De acordo com a World Health Organization (Organização Mundial da Saúde) vacinar o povo é uma forma segura e eficaz de proteger o cidadão contra doenças nocivas, pois a vacina usa as defesas naturais do seu corpo para construir resistência a infecções específicas e torna o seu sistema imunológico mais forte e menos propenso e sucumbir dos males ao qual foi prevenido.
A vacinação é tão importante que segundo Porto[1] em seu artigo científico publicado pela revista Ciência e Cultura, intitulado Uma revolta popular contra a vacinação, publicado em 2003 ressalta que a obrigatoriedade da vacinação foi instituída em 1837, entretanto a população rejeitava tal obrigatoriedade, contudo foi em 1904 que uma epidemia de varíola assolou a cidade do Rio de Janeiro fazendo com que Oswaldo Cruz, no cargo de Diretor Geral de Saúde Pública (DGSP), cargo este que corresponde hoje a um Ministro da Saúde, encaminhou ao Congresso uma lei que reiterava a obrigatoriedade da vacinação. Tal lei teve uma repercussão da mídia e da população ficando conhecida como "Revolta da Vacina".
Observe, há mais de um século houve esta revolta, mas a ignorância da população deve ser levada em consideração, o que é corroborado por Ferreira e Carvalho[2] no artigo denominado Escolarização e Analfabetismo no Brasil: Estudo das Mensagens dos Presidentes dos Estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Norte (1890-1930). Segundo os autores, o analfabetismo era um problema nacional e tinha um índice de 82,3% da população e isso colocava o Brasil em posição desconfortável nos fins do século XIX.
Hoje o Brasil tem, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (Pnad), um índice aproximadamente 6,6% de analfabetos. Observe que o número de analfabetismo apesar de ter caído bastante a ignorância ainda se mantém, pois muitos acreditam que as vacinas em nada ajudam.
Mesmo sabendo que as vacinas salvam vidas, pessoas ainda são relutantes a esta ideia, deixando-se levar pelas relativizações, fake news e até mesmo anticiência, o que reforça a pesquisa da OMS ao publicar uma lista com as 10 maiores ameaças à saúde global, e sendo o topo desta lista a relutância ou recusa em tomar vacinas.
Por esta relutância, doenças que tinham sido erradicadas estão voltando e dizimando vidas, ou seja, pode-se perceber que a ignorância neste caso mata. Por exemplo, segundo o Dr. Edmilson a vacina do sarampo protege também contra caxumba e rubéola, ou seja, tomando uma vacina o cidadão fica protegido de três doenças e deve-se levar em consideração que o sarampo mata mais de um milhão de pessoas, segundo o infectologista.
O fato de algumas vacinas darem reações isso não deve impedir de tomá-las, já que as reações nem sempre são vistas como regra e dependerá de cada organismo, o fato é que elas serão bem mais brandas do que a própria doença.
Temos como exemplo as pesquisas realizadas pela Unicef, a OMS, o Gavi e o CDCP elucidando que a vacinação do sarampo permitiu salvar 2,3 milhões de crianças por ano.
Em se tratando de vacina, não tem o que se discutir, deve-se prevalecer sempre a ciência para o bem estar da população em detrimento a opiniões de governantes néscios e subjetividades.
Observe que a educação de qualidade pode ser vista como uma vacina para erradicar a alienação e ignorância, mas esta educação pública tem demonstrado que o conteúdo desta vacina está mais para placebo, pois são tantos os imbecis que relutam em ser vacinados que ignoram o bem social que ela faz.
Assim como a Vacina é usada para Proteger das Doenças a Educação tem que proteger o povo da Ignorância e norteá-lo para a ciência.
[1] Para mais informações vide PORTO, Mayla Yara. Uma revolta popular contra a vacinação. Cienc. Cult., São Paulo , v. 55, n. 1, p. 53-54, Jan. 2003 . Available from <http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252003000100032&lng=en&nrm=iso>. access on 21 Jan. 2021.
[2] Para mais informações vide https://sites.pucgoias.edu.br/pos-graduacao/mestrado-doutorado-educacao/wp-content/uploads/sites/61/2018/05/Ana-Em%C3%ADlia-Cordeiro-Souto-Ferreira_-Carlos-Henrique-de-Carvalho.pdf