21/02/2025

Educação e um pouco de Schopenhauer

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806

 

É fácil entender porque toda política que tem em si uma intenção manipuladora e alienante busca subtrair dos ensinos as disciplinas como filosofia, sociologia dentre outras que instigam os alunos a pensarem e a criticarem o status quo da própria realidade como também da sociedade em que se encontram inseridos.

Peguemos como exemplo o filósofo alemão do século XIX, Arthur Schopenhauer, que tinha como linha de pensamento o mundo como uma vontade cega e irracional que impulsiona tudo, principalmente os desejos humanos.

Para este filósofo, quanto mais claro for o conhecimento de um homem e quanto mais inteligente ele for, maior será o seu sofrimento, e assim, conhecimento e inteligência passam a ser fardos que ele carregará por toda a sua vida, já que a ignorância tem um alívio que os lúcidos desconhecem.

O interessante nas ideias de Schopenhauer é que o ser humano com a sua ignorância, vive uma repetição infinita de erros fazendo valer a vaidade dos desejos, em contrapartida, quando a pessoa desenvolve o discernimento das coisas por meio do conhecimento e da inteligência, ele terá a solidão como a sua mais fiel companheira, a sua alma gêmea, e assim o destino destes seres esclarecidos será carregar o peso da verdade em uma sociedade que vive de mentiras.

Reforçando as falas acima, encontramos no escritor português José Saramago a importância deste discernimento tão refutado pela sociedade, isto é, o conhecimento nos permite sair da ilha para enxergar a ilha.

Esta fala simboliza o distanciamento físico, emocional e mental, analisando a realidade sob outras perspectivas, o que decerto, faz com que a pessoa perceba coisas que outrora eram imperceptíveis.

Já perceberam o poder transformador que tem as disciplinas que instigam os alunos a pensarem por si próprios?

É de suma relevância que o docente comprometido com uma educação transformadora, faça o aluno desenvolver em si todo o discernimento que lhe for possível, para que este o conhecimento e a inteligência não seja mais a causa de sofrimento de uma minoria, mas seja a pedra angular para uma sociedade em que os cordões da manipulação sejam rompidos e que o coletivo impeça que a vaidade dos desejos impere.

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