Educação e Religião
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
Educação é uma ação emancipadora já que a ignorância pode ser representada por correntes a nos prender, limitar nossa inteligência e subjugar nossas capacidades.
A religião também tem um papel fundamental na sociedade, segundo Paiva (2018) ela não é um conjunto de conhecimentos mas atitudes, que inclui conhecimentos, afetos e predisposições de ações, desta forma, ensinar religião é ensinar atitude religiosa, todavia, podemos perceber que a religião sem discernimento pode ser um problema inclusive, de ordem social.
Cabe ressaltar que nem sempre a religião auxiliará o cidadão a romper as correntes da ignorância citado acima, assim sedo, a religião poderá ser uma forma usada por oportunistas para manipular uma sociedade ignóbil e alienada, por isso Durkheim nas falas de Souza em sua obra A Sociologia da Educação, publicado pela Autêntica em 2007, tinha um especial interesse em desenvolver no cidadão uma moral laica.
Sendo assim, o autor da obra supracitada, ressalta a importância em se criticar a religião, já que ela pode ser vista como uma forma de paralisar a inteligência, que nas falas parafraseadas de Rouanet (1993), o saber que se baseia na luz da verdade, não pode em hipótese alguma se dissipar por quimeras e fantasias das superstições.
Segundo Harari em seu livroSapiens - Uma Breve História da Humanidade, publicado pela L&PM em 2016, salienta que hoje, a religião é, muitas vezes, considerada uma fonte de discriminação, desavença e desunião, e esta é uma verdade vivenciada em nosso dia a dia, pontuada pelas intolerância religiosa e pelo preconceito e má interpretação das “escrituras sagradas”.
Nas falas de Harari, a religião outrora foi a terceira maior unificadora da humanidade, junto com o dinheiro e os impérios.
Harari em outra obra intitulada Homo Deus: Uma Breve História do Amanhã, publicada pela Companhia das Letras em 2016, salienta que a ciência estuda sobre os fatos, a religião versa sobre valores, e podemos perceber que para adquirir valores, não precisamos seguir à risca religiões, basta sermos homens educados e agir sob o prisma da ética e da moral, o que é corroborado por Paiva (2018) ao enfatizar que a “educação inclui conhecimento, cultivo do sentimento, padrões de valor, relações interpessoais sadias” e desta forma, uma pessoa seguidora de uma religião, não é necessariamente um cidadão do bem e tampouco alguém que se possa ter como exemplo.
Toda religião é válida quando impera o amor ao próximo e o respeito pelas diversidades, e sim, existem religiosos maus, e tivemos muitos em nossa história, e como pontua C. S. Lewis, “de todos os homens maus, homens maus religiosos são os piores”.
Assim sendo, que não tenhamos como referência a religião das pessoas e sim o seu caráter, pois já tivemos um ministro religioso que fez do MEC um balcão de negócios, e um chefe de estado que faz a marcha para Jesus, disseminando fakenews, ódio, violência e intolerância.