28/05/2020

Educação e pandemia: necessário se refazer

Prof. Msc. Marcos Aurélio de Araújo Alves

Reitor UniFacema. Pedagogo

Especialista em Metodologia do Ensino Superior

MBA em Administração Acadêmica e Universitária

Mestre em Ciências da Educação

 

            Educação: “sf.: Processo que visa ao desenvolvimento físico, intelectual e moral do ser humano, através da aplicação de métodos próprios, com o intuito de assegurar-lhe a integração social e a formação da cidadania.” (Dicionário Michaelis – On-line). Esse conceito, mais do que todos os outros conceitos, e do que nunca antes visto, está em prova, haja vista que o momento social pelo qual estamos passando e vivendo dia após dia – momento de pandemia – é imperativo e demanda de uma nova educação para os povos.

            Porque preferimos partir desse conceito denotativo? Vemos que o processo educacional que tem uma intenção e objetiva o desenvolvimento físico, intelectual e moral do homem, nunca pensou, em tempos pretéritos, mais, bem próximo do nosso, que todas as pessoas, em especial, profissionais da educação e alunos estivessem preparados e nem conscientes para a real mudança desse momento e quiçá abertos à essas mudanças, mesmo nos definindo, seres de uma sociedade contemporânea moderna e mediata por tecnologias diversas.

            Os processos educacionais, didaticamente, definidos como métodos de ensino, também não estavam conectados e nem atentos a isso... e com o intuito de, através da educação, promover a integração social e formação da cidadania, muito menos, principalmente para essa situação vivenciada. Sendo assim, podemos nos valer do sábio conceito de Karl Max, quando dizia que “... tudo que é sólido se desmancha no ar...”, eis o momento da materialização desse pensamento, quando vivemos essa realidade de pandemia, em específico no contexto educacional. Tudo se desmanchou.

            A intenção de todo projeto educacional é formar, e bem formar, para os tempos presentes, assim sendo, nos dias atuais, em que a pandemia ressiginifica todos os atos e hábitos humanos, precisamos também repensar esse projeto, uma vez que os nossos dias exigem outras e diversas competências e habilidades. Vale ressaltar que os currículos, os profissionais de educação e os alunos foram pegos, literalmente, de “calças curtas”, tendo que se refazer, se reinventar, literalmente, da noite para o dia, essa é a grande verdade do momento, nessa área.

            Somente, quem consegue ou conseguiu abrir espaços para ver na tecnologia e nas formas menos tradicionais de ensino presencial, alternativas para isso, teve condições de dar o primeiro passo, ou seja, a educação não conseguirá mais acontecer sem uso desses artifícios – tecnologia e mundo on-line e/ou virtual - uma vez que a matriz do processo educacional, já desenvolvida na sociedade, com avaliações eficazes, prescindia “aglomeração”, princípio negado, em absoluto, pelos organismos e comunidades científicas que estudam e re-orientam as pesquisa sobre a pandemia, tanto para esse momento, como para o porvir.

            Nesse sentido, toda a escola brasileira e mundial, locus ideal para o desenvolvimento da educação formal, precisa se adaptar e/ou se reinventar para esse Novo Normal. Mas aqui, se faz a reflexão de que a escola é o reflexo das ações e dos costumes da comunidade e das famílias, sendo assim, esses dois grupos sociais, também precisam acreditar, defender e internalizar esse novo tempo, essa nova forma e esse novo método de fazer educação, bem como essas escola, esse novo ensino e essa nova aprendizagem, vislumbrando, com isso e de outra forma, o desenvolvimento pleno da pessoa humana, o exercício da cidadania e a capacitação para o trabalho, diretrizes da educação formal, tão bem desenhadas na nossa Constituição Federal de 88. Sem esse crédito e sem essa visão das famílias e da comunidade, não conseguiremos alcançar o objetivo primeiro da educação, nesse nosso Novo Normal.

            O momento atual é difícil. Difícil para todas as áreas, porém não é intransponível. Temos sim, como seres sociais, capacidade de enfrentar essa crise, superá-la, em todos os sentidos, e sair da mesma de forma renovados e restabelecidos, mas isso só acontecerá se conseguirmos apostar nas novas possibilidades de viver, de conviver, de se educar, de se respeitar e de enfrentar as incompetências que cada um tem que admitir e administrar, para assim nos abrirmos para esse Novo Normal. Tempo ainda em construção. Tempo de aprendizagem e resiliência, que apesar de tudo, chegou e já faz parte dos nossos dias.

            Sabedores disso, é por demais necessário admitir que a educação precisa se repaginar como um todo, bem como admitir, que o mundo virtual e o uso das tecnologias serão ferramentas necessárias para a condução do processo de ensino-aprendizagem formal, bem como para a efetivação dos laços afetivos, do desenvolvimento do lazer e da execução do trabalho, uma vez que o conhecimento científico, através das diversas pesquisas, já comprovam isso, nada mais coerente do que usar esse conhecimento em prol de nossa própria existência, comodidade e formação, fazendo valer o ensinamento da clássica frase de Scarlett O’Hara, “... por pior que seja a noite, amanhã é outro dia... “  (E o vento levou... 1939).

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