14/10/2022

Educação e os Paradoxos da Profissão

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

É sabido por todos educadores que se prezem e honram sua profissão, sabem que educar é a arte de encantar o seu educando, diante disso, Souza em seu livro Introdução a Sociologia da Educação, publicado pela Autêntica em 2007, elucida que a educação tem o objetivo de tornar o mundo mais cognoscível a luz da razão, razão esta que muitos educadores sequer têm.
Peguemos como exemplo a nossa atual e vil política, a qual se baseia em humilhações dos profissionais da educação em concomitância ao sucateamento das instituições educacionais.
Comecemos por uma fala do ex-ministro da educação Milton Ribeiro, aquele mesmo que foi acusado de um dos maiores atos de corrupção sucedido no MEC (Ministério da Educação) conhecido como balcão de negócios no qual Milton Ribeiro e os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura chegavam a cobrar barras de ouro para repasses de verbas para as cidades.
A fala deste ex-ministro é enfática ao pontuar que "hoje, ser um professor é ter quase que uma declaração de que a pessoa não conseguiu fazer outra coisa”, e por isso vem a seguinte pergunta: Como um professor que honra sua profissão, que estudou na maioria das vezes, mais de 6 anos com licenciatura e especializações, se sujeita a aceitar tal afirmação, e o pior, a apoiar um chefe de estado que foi e é o protagonista de todas as vis ações, como cancelamento de verbas na ciência e tecnologia, corte de mais de 1 bi na educação, bem como bloqueios anunciados, porém protelados para depois das eleições para que ele possa angariar votos de sua massa de imbecis.
Falando em imbecilidades, vale lembrar que o professor está há mais de 3 anos sem aumento de salário, com poder de compra cada vez mais baixo, já que gás, alimentos, gasolina dentre outros bens de consumo encontram-se inflacionados e os salários dos professores e servidores públicos congelados.
Vem o paradoxo, como pode um educador, profissional esclarecido votar a favor de políticos que fazem de tudo para desqualificar a educação e em concomitância, humilhar a classe a qual está inserida?
Será que este pseudo-educador faltou as aulas de história ou sociologia? Será que as falas do ex-ministro se baseava nestes néscios a defender um sujeito tão vil? Será que estes profissionais tem noção de coletivismo, classe social e sabe qual a verdadeira função do professor?
Tais questionamentos me fazem perceber que realmente em nossa classe tem muitos imbecis diplomados, tão abjetos quanto o nosso chefe de estado que tanto combate os intelectuais, fazendo prevalecer a máxima de que realmente os semelhantes se atraem.
Este texto em momento algum representa um proselitismo político, apenas um instante de reflexão para propagar uma faísca ao menos de bom senso de forma a fugir do déficit de cognição e pensar nos menos favorecidos que a atual política ajudou a aumentar com a fome e a miséria e pensar também no coletivo esquecendo de vez o seu próprio reflexo nas ações de nosso vil representante de estado.

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