Educação e o Tesouro de Bresa
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
É sabido que a educação não deve ser vista como gasto e sim como investimento, investimento no futuro, na dignidade do ser humano e consequentemente na sociedade para que impere uma equidade.
Quando um educador trabalha uma educação de qualidade, desenvolvendo a autonomia do educando, este se remete ao Tesouro de Bresa, um dos mais importantes para o ser humano.
No livro Caixa de Pandora: por uma Educação Ativa, publicado pela Ícone em 2010, é dissertado por mim uma história que pode ser inserida neste contexto. Tal história foi narrada por Malba Tahan e se denomina “O tesouro de Bresa”.
Existia um gênio que enterrou um tesouro nas montanhas de Arbatol. O autor narra a vida de um humilde alfaiate de Babilônia que adquiriu um livro somente para encontrar o tesouro enterrado por este gênio.
O problema é que para encontrar o tesouro, o alfaiate teria que aprender vários idiomas, cálculos dos simples aos mais complexos, deveria entender de filosofia, religião além de outras ciências.
O alfaiate estava tão resoluto em encontrar este tesouro que tais aprendizagens não foram empecilhos, já que o mesmo precisava desvendar os segredos.
Entretanto, no momento que ele se dispôs a aprender tudo que estava no livro, este começou a galgar sucessivamente outros postos de prestigio e não mais de um humilde alfaiate.
Ele então deixou de ser alfaiate e passou a ser tradutor da sala do trono, depois prefeito da cidade e então em seguida, primeiro ministro do Reino da Babilônia.
O alfaiate através da maturidade que adquiriu com seus estudos e dedicação em desvendar os segredos, percebeu que o tesouro de Bresa, era nada mais e nada menos que conhecimento, e que Arbatol era trabalho e dedicação, e foi através do conhecimento, trabalho e dedicação que conseguiu o seu próprio tesouro, e foi na busca deste que o alfaiate aprendeu e se transformou.
Assim tem que ser a educação. Ela precisa ser voltada para uma ação transformadora, o que é corroborado pelo palestrante e pensador americano Jim Rohn, quando ressalta que o axioma da vida nos diz que “para ter mais amanhã, precisamos ser mais hoje, e uma forma de ser mais perpassa sempre pela educação.
Brandão em seu livro O que é Educação, publicado pela Brasiliense em 1993 cita Kant quando elucida que o fim da educação é desenvolver em cada indivíduo toda a perfeição de que ele seja capaz.
Precisamos fomentar nossos alunos a pesquisa para que possam encontrar o seu tesouro de Bresa, e caberá a nós educadores, sermos os norteadores para esta busca, desenvolvendo em nossos educandos, a criticidade, o protagonismo e a autonomia, pois toda educação implica em uma ação e consequentemente transformação, porque o nada se resume em intenção sem ação, e educação é uma ação intencional.