Educação e o Processo de Ensinagem
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente
Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806
O texto de hoje relata uma lei desconhecida por muitos gestores, que é a Lei das Malvinas que diz que “quando você não precisa tomar uma decisão, então não tome”, já que muitas dessas decisões quando tomadas, refletem apenas a máxima dita na área da administração quando Richard Teerlink, presidente da Harley Davidson disse que “se você der autonomia a idiotas, terá decisões idiotas”.
Interessante perceber que imbecilidades independem de titulações, pois mestres, doutorandos e doutores em suas vaidades, orgulhos e arrogâncias também falam estultices, e muitas com a certeza de que jamais serão refutados.
Para elucidarmos melhor o texto, faz-se necessário um bom entendimento da expressão ensinagem, dita por verdadeiros acadêmicos, mas se se prendem apenas as teorias, faltando-lhe a práxis de uma sala de aula de uma escola pública Estadual com o máximo de alunos desinteressados, desmotivados e com pais negligentes quanto ao processo educativo.
Cabe esclarecer que a expressão ensinagem foi inicialmente explicitada no texto de ANASTASIOU, L. G. C., resultante da pesquisa de doutorado: Metodologia do Ensino Superior: da prática docente a uma possível teoria pedagógica. Curitiba: IBPEX, 1998: 193-201[1]. Termo adotado para significar uma situação de ensino da qual necessariamente decorra a aprendizagem, sendo a parceria entre professor e alunos, condição fundamental para o enfrentamento do conhecimento, necessário à formação do aluno.
Todavia é obvio que para que esta parceria funcione, outras variáveis deverão contribuir como: família, contexto escolar, disciplina, motivação de ambas as partes, valorização do professor, políticas educacionais, infraestrutura, metodologia do ensino, habilidades de comunicação, ambiente de aprendizagem, conteúdos ministrados, avaliação, cultura, diversidade, tecnologia, interatividade e tempo.
Vale ressaltar que estas variáveis interferem de forma dinâmica em todo o processo de ensinagem e a grande dificuldade do profissional é justamente equacionar estas variáveis.
Faz-se mister também perceber que além das variáveis acima, existem as especificidades dos alunos como transtornos de aprendizagem que interferem de forma significativa no processo de ensino-aprendizagem do aluno quanto a efetividade de suas habilidades e competências acadêmicas.
Os problemas e transtornos mais comuns encontrados na educação são Dislexia, Discalculia, Disgrafia, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Transtorno do Processamento Auditivo (TPA), Transtorno do Espectro Autista (TEA), Transtorno de Aprendizagem Não–Verbal (TANV), Transtorno de Processamento Visual (TPV), Transtorno de Linguagem Expressiva e Receptiva, Transtorno de Coordenação Motora (DCD), Tartamudez, Transtorno Opositivo Desafiador (TOD), dentre outros que cabem mais e melhor atenção ao aluno para que suas especificidades sejam trabalhadas e atendidas.
Observe a complexidade que existe no “simples” processo ensino-aprendizagem e o quão é leviano fazer a afirmação de que “não é que o menino não aprendeu, o professor não ensinou”.
Sabendo que a seara da educação é algo complexo, não se pode culpar o professor pelo déficit de aprendizagem dentro das salas de aula, pois neste ambiente é exigido profissionalismo, uma vez que os educadores que assumem esta responsabilidade com a educação, têm suas formações, especializações e muitos estão em tal cargo por terem sido aprovado em uma prova de seleção e/ou concurso público.
Na educação não pode ter espaço para amadorismo, pois é ela que modifica a realidade, resgata a dignidade, transforma o cidadão e constroem sonhos que terão reflexo por toda a vida do aluno.
[1] Informações extraídas de ANASTASIOU, Léa da Graças Camargos. Ensinar, Aprender, Apreender Processos de Ensinagem. Texto encontrado em http://eventos.unipampa.edu.br/seminariodocente/iv-seminario-docente/