13/03/2025

Educação e o Paradoxo da Democracia

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806

 

Uma pessoa politizada é uma pessoa esclarecida, e cabe aqui uma ressalva de que ser politizada não é ser extremista, é ser consciente da importância da política e do poder nas relações humanas.

Na estreia do novo programa do ICL, intitulado “Precisamos Conversar”, apresentado por Juliana Baroni, é abordado o culto a ignorância que foi algo bem peculiar durante 4 anos no governo anterior.

O programa se resumiu a uma roda de conversa com mulheres esclarecidas, empoderadas, e bem fundamentadas em suas ideias, mulheres estas que representam todo o nosso universo feminino das que perderem voz e vez no governo que exprimiu a personificação do mal caratismo, da hipocrisia, da misoginia, do ódio, da perseguição à cultura e à ciência, enfim, um governo que mostrou o quanto nossa sociedade anda carente de pensamento crítico.

O programa abordou vários temas, e o interessante foi perceber que as pessoas que assistiram, puderam explicitar seus pontos de vista tão assertivos e inteligentes quanto as falas das encantadoras e inteligentes mulheres que participaram deste programa.

Raras vezes vemos em uma roda de conversa tanto conhecimento de mundo e de povo, assim sendo, aproveito para me deleitar nesta seara e elucidar para alguns leitores uma visão da educação sobre um tema abordado neste programa “Precisamos Conversar” que é o Paradoxo da Democracia, muito bem explicado por Márcia Tiburi, que tem uma forte propriedade no que fala e com uma rica formação, sendo filósofa, artista plástica, escritora, professora universitária e política brasileira.

Segundo a Márcia Tiburi, o Paradoxo da Democracia é quando o povo elege alguém por meio de um mecanismo democrático, mas esta pessoa eleita é totalmente antidemocrático, e isso passa a ser um grande risco para própria democracia.

Márcia Tiburi com seu peculiar conhecimento nos remeteu as ideias do filósofo Platão ao afirmar que “a democracia pode ser facilmente transformada em uma tirania se os governantes receberem demasiada confiança para decidir por um grande número de pessoas, senão forem submetidos a escrutínio”

A prova disso aconteceu no dia 08 de janeiro de 2023 com os atos golpistas. Já imaginaram se essa ação nefasta tivesse sido efetivada? Como seria a realidade de nosso país hoje? Estaríamos em uma ditadura e com uma dinastia bolsonarista, que é a clássica representação da personalidade autoritária, fazendo uso constante de falácias, fakenews e Deepfakes para conduzir seus seguidores alienados e totalmente dissociados de consciência.

A política relatada pelas participantes pontuou o necropoder por meio da biopolítica na qual, mais de 700 mil pessoas perderam suas vidas, e de forma exponencial, outros milhares tiveram suas vidas transformadas.

Tivemos um presidente de falas estultas com um grande número de seguidores desprovidos de qualquer tipo de discernimento, prontos a segui-lo e a repetir suas imbecilidades, como verdadeiros “papagaios de pirata”.

Este outrora, cultuou a ignorância com falas vis, mas observando suas falas mais abjetas, elas convergem sempre com uma estratégia na qual afirma que “quanto mais grotesca for a mensagem, mais eficaz ela é”, e obvio, isso não funciona para pessoas esclarecidas que infelizmente não representa a maioria em nosso país.

O fato é que quando se usa tal estratégia proposta acima, como comentado no programa supracitado, acontece um nivelamento de seus seguidores tão para baixo que qualquer imbecilidade proferida por ele, será aplaudida e ecoada exponencialmente.

O povo tem carência de pensamento, e percebendo isso, cabe a nós educadores trabalharmos uma educação mais assertiva e politizada, de forma a desenvolver o discernimento de nossos alunos para que estes possam se subtrair a qualquer forma de manipulação com intuito de disseminar o ódio.

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