Educação e o Learnability
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806
Nunca uma fala ecoou tanto nos tempos como as ditas por Sócrates há mais de 2490 anos quando ressaltou “só sei que nada sei” e assim é a seara do professor, uma autoanálise e autoavaliação para sua vida pessoal e profissional.
Esta máxima vai ao encontro das falas de Nietzsche em seu livro Humano, demasiado humano: Un libro para espíritus libres, publicado em Madrid, por A. L. Mateos, S. A. em 1993, no qual ele diz “No hay echos eternos, como no hay verdades eternas. Por eso es necesaria de hoy en delante la filosofia histórica, y junto a ella la virtud de la modestia” ou seja, em tradução livre Não há fatos eternos, como não há verdades absolutas e por isso precisamos ter a virtude da modéstia, já que existe um adágio que corrobora com essa modéstia quando diz “você nunca vai conhecer um sábio arrogante, mas poderá conhecer um arrogante que se acha sábio”.
A docência é formada por pessoas e logo, essas pessoas têm vaidades, o problema é quando essa vaidade se funde com orgulho e em concomitância a arrogância, então pode-se dizer que o professor deixará de ser um bom professor.
Existe uma diferença entre ser um professor e ser o professor e não precisa ser formado em licenciatura em letras para entender o que um simples artigo é capaz de fazer.
Todos podem ser um professor, para isso basta lecionar ou, a grosso modo, resume-se em “dar aula”, todavia para ser o professor, este jamais se limitará a dar suas aulas, ele busca o encantamento de seu educando, a sua transformação e o instigará a sonhar e a realizar seus sonhos mostrando suas latentes capacidades e para que isso aconteça, não basta o profissional da educação ter a licenciatura, faz-se necessário que busque sempre mais, com pós-graduações (Lacto Sensu e até mesmo Strictu Sensu) , cursos de extensão, muitas leituras e/ou estudos sem contar com a experiência em lidar com as especificidades do ser humano.
O professor sabe da incompletude do conhecimento muito defendido por Edgar Morin, ou seja, nosso conhecimento é sempre incompleto, o que implica em dizer que necessitamos aprender cada vez mais para sairmos dessa tênue linha da mediocridade e avançarmos gradativamente para uma excelência que jamais será alcançada, todavia, não desanimaremos em buscá-la.
Esta busca de excelência consiste em aprender e reaprender se chama de Learnability, já que no processo ensino aprendizagem se faz necessário rever sempre a metodologia e algumas vezes resgatar modelos de aprendizagem que outrora foram esquecidos.
Vale salientar que esta busca de conhecimento não é para fazer uma régua com suas medidas para mensurar as qualidades de seu companheiro, pois na administração relata-se uma metáfora entre galgos (raça de cachorro usado para corrida) e um guepardo ou chita que pode atingir aproximadamente 115 km/h em poucos segundos.
Nesta metáfora conta-se que quando as gaiolas foram abertas, as pessoas ficaram surpreendidas ao ver que a chita não se movia e assim perguntaram ao coordenador da corrida porque é que o guepardo não havia se movido.
A sua resposta foi: "Às vezes, tentar provar que você é o melhor é um insulto à sua auto-estima".
Não é necessário rebaixar-se ao nível dos outros para fazê-los compreender as suas competências, qualidades e contribuições.
É melhor economizar energia para projetos mais valiosos e relevantes.
Um guepardo usa sua velocidade para caçar, não para provar aos cães que é mais rápido e mais forte.
E assim é o bom professor. Ele não tem que provar que é um bom professor explicitando seus inúmeros diplomas, sabe-se que ele é um bom professor pelo seu poder de encantamento e transformação proporcionado ao seu corpo discente.