Educação e o Extremismo
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
Educar é libertar-se das amarras da ignorância e do preconceito. É desenvolver autonomia na busca do conhecimento, é possibilitar sonhos. Complementando as falas acima, Giles em seu livro Filosofia da Educação, publicado pela EPU em 1983, elucida que educar é alcançar a pessoa naquilo que lhe é mais específico, no seu ser humano, isto é, na sua intelectualidade, na sua afetividade, nos seus hábitos, para levá-la à realização de um ideal.
Assim sendo, a educação é contrária ao extremismo, extremismo este que leva a alienação, já que o extremista só acredita no que quer ou no que foi preparado para acreditar como sendo verdade, mesmo que sua crença contradiga os fatos.
Geralmente faltam nos extremistas conhecimento histórico, conhecimento de classe e até mesmo discernimento.
Cabe uma pergunta retórica neste texto: Quem é mais imbecil, o que fala imbecilidades ou os que acreditam nelas? Neste contexto encontramos os extremistas falando suas estultices e a sua massa de manobra acreditando nelas.
O Nordeste é uma região brasileira marcada pela seca e pela fome, todavia, é formada por um povo trabalhador, tanto que grandes capitais como São Paulo, tiveram em seus concretos, sangues e suores do povo nordestino, que abandonou o sertão por uma vida repleta de sonhos e muito trabalho.
Hoje o Brasil encontra-se polarizado, de um lado a democracia, o amor, o respeito, a cidadania e o sonho de um futuro mais digno para o seu povo e do outro, a extrema direita que representa a falta de leitura, o analfabetismo político, a memória curta, o conservadorismo, o falso moralismo, as fakenews para denegrir e desconstruir a imagem de quem pensa o contrário, as mentiras para exaltar feitos nunca realizados, enfim, o velho adágio fazendo valer.”os meios justificam os fins”.
Hoje, devido as eleições e o resultado do primeiro turno, aumentou-se a xenofobia em relação ao povo nordestino, que é vista como uma nação repleta de ícones de nossa história outrora ignorados como Divaldo Pereira Franco, Maria Quietéria, Chico Anysio, Café Filho, Luiz Gonzaga, Nise da Silveira, Antônio Conselheiro, Jorge Amado, Zabé da Loca, Caetano Veloso, Paulo Freire, Lula, Maria da Penha, Jaqueline Goes de Jesus, Bráulio Bessa, Irmã Dulce, Zumbi dos Palmares, Patativa de Assaré, Rui Barbosa, Jorge Amado, Castro Alves, Gonçalves Dias, Graciliano Ramos, Manuel Bandeira, João Ubaldo Ribeiro, Raquel de Queiroz, Ariano Suassuna, Aluisio de Azevedo, José Lins do Rego, José de Alencar e muitos outros.
Este extremismo passa a ser sinônimo de um neo-fascismo, e segundo Harari em seu livro. 21 Lições para o Século 21, publicado pela Companhia das Letras em 2018, esclarece que o neo-fascismo insiste que as pessoas não devem acreditar em nenhuma narrativa e não ser a sua própria ideologia extremista.
Estes extremistas conservadores se dizem cristãos mas se quer cumprem os dez mandamentos ao pé da letra, pois mentem, agridem, violentam, matam, usam o nome de Deus em vão, enfim, fazem mal uso da religião para aumentar o seu rebanho formado por “crentes alienados”, sem autonomia cognitiva, seguindo o que os pastores mandam, pastores estes sucumbidos pela corrupção, egoísmo e orgulho.
Como visto acima, o nordeste é uma região que contribui com o crescimento do país com seus personagens icônicos e não é por acaso que lá os estudantes vencem Olimpíadas de Física, Matemática, História, Astronomia dentre outros.
É uma região que apesar de ser ignorada por muitos políticos, é composta por pessoas politizadas que sabem o valor do voto e tem conhecimento de humanismo, coisa que faltou em muitas regiões.
Que no segundo turno, possa imperar a democracia, o amor e o humanismo, exemplo dado de nossos queridos irmãos nordestinos.