02/06/2022

Educação e o Empreendedorismo Social

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

A educação diante de tantos benefícios para a sociedade, ela também alavanca o empreendedorismo social que foca na inclusão social, melhorias urbanas, atendimento na área da saúde dentre muitas outras vertentes, inclusive, salvando vidas como ressaltado no filme O Menino que Descobriu o Vento. 
O filme trata-se de uma criança com sede de conhecimento e sem recursos para continuar os estudos em uma escola particular, e isso retrata a realidade de muitas crianças brasileiras que vivem em situações precárias e marcadas pela violência e pela miséria.
O Menino que Descobriu o Vento tem como protagonista o garoto William Kamkwamba que com seu conhecimento autodidata em energia eólica, criou utilizando a bicicleta velha de seu pai, um moinho de vento capaz de acionar uma bomba para captura da água do poço e foi por meio desta inovação que se pode irrigar a plantação e contribuir para a salvação coletiva do povo de seu vilarejo. 
Outro grande exemplo de empreendedorismo social está no filme Homem-Absorvente (Pad Man) que se baseia na “história real de Arunachalam Muruganantham, inventor de uma máquina que produz absorventes de baixo custo, ajudando a conscientizar a população sobre as práticas anti-higiênicas tradicionais em torno da menstruação nas áreas rurais da Índia”, e neste caso, o personagem do filme, supera preconceitos, tabus dentre outros problemas oriundos de tradições retrógradas.
Observe que são duas situações distintas em relação ao ato de empreender e que busca auxiliar o coletivo sem visar lucro imposto pelo capitalismo e sem viés ideológico, ressaltando apenas o amor e o humanismo contido nas pessoas empreendedoras.
No Brasil, as políticas sociais instituídas focam áreas e segmentos como transferência de renda, saúde, previdência social, assistência social, habitação, urbanismo, saneamento básico, trabalho e renda, educação, desenvolvimento rural dentre outros. Todavia, na atual conjuntura, tais políticas não saem do papel ou muitas vezes, tem as verbas desviadas da educação e saúde para movimentar a máquina do Estado, com shows sertanejos, compra de tratores, compra de kit de robótica com ágio de 420%, compra de ônibus escolares com superfaturamento, desvio do SUS para bancar despesas militares como compra de viagras e próteses penianas, enfim, é muito descaso com a população mais carente.
Desta forma, vale destacar que a educação tem mesmo que fomentar o empreendorismo social, já que o governo federal foge as suas responsabilidades deixando seu povo à míngua.
Assim sendo, que nós educadores possamos instigar a verdadeira imaginação de nossos alunos para que estes possam perceber as carências de seus pares e saná-las, o que é salientado por Neiva em seu livro Lições Aprendidas, publicado pela Editora Universidade em 2006 quando elucida que a ferramenta primordial do empreendedor é a imaginação, pois ele imagina, desenvolve e realiza visões.
Nonaka em sua obra A Empresa Criadora do Conhecimento, publicado pela Futura em 1997, salienta que desenvolver novos conhecimentos não está ligada a uma atividade especializada e sim, a uma forma de comportamento o que pode ser acionado por uma necessidade, e necessidade hoje em dia em nosso país é o que as pessoas mais passam.
Vivemos uma exclusão social e polarizada e cabe a nós educadores, darmos incentivo para que nosso posso não perca o sonho e tampouco a dignidade, voltando assim a ter orgulho em ser brasileiro.

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