08/03/2022

Educação e o Dia Internacional da Mulher

O Dia Internacional da Mulher, trata-se de uma data comemorativa que representa a luta das mulheres por meio de manifestações em busca de respeito, dignidade e igualdade.

Alguns remetem a uma paralisação ocorrida na TriangleShirtwaistCompany, em Nova York no dia 25 de março de 1911 o que ocasionou no fechamento da fábrica e em seguida, um incêndio resultando na morte de 146 pessoas sendo 125 mulheres. 
Observe que a história sempre tem a mulher como vítima da violência, descaso, humilhação, e apesar de nosso país ter uma lei conhecida como Maria da Penha, a impunidade é uma constante, pois entre 2020 e 2021 aconteceram 2670 feminicídios.
No Brasil, somente em 2021 foi registrado um estupro de mulher a cada 10 minutos e um feminicídio a cada 7 horas, sem contar que dependendo da situação financeira e do status social do estuprador, este ato pode ser considerado estupro culposo, que é quando o sujeito estuprador é incapaz de discernir que a pessoa estuprada não consentiu o ato sexual, ou seja, não existe estupro culposo, mas para um grupo elitizado, a mulher se resume a um nada. 
Embora tenhamos tristes exemplos que ressaltam o acaso com as nossas mulheres, temos também mulheres que são verdadeiras guerreiras, principalmente no meio da educação, como Nísia Floresta que fundou sua própria escola destinada às meninas, obviamente que hoje seria algo supernormal, todavia em 1838 as mulheres eram destinadas aos afazeres domésticos e aos cuidados com a família. 
Anália Franco, teve boa parte de seu trabalho dedicado aos órfãos. Trata-se de um educadora que fundou dezenas de escolas no Estado de São Paulo, e sua vida breve para os dias de hoje, porém intensa (1853 - 1919), deixou um extenso legado e uma frase que resumia o seu caráter e que até hoje deve ser o principal objetivo da educação: "a verdadeira caridade não é acolher o desprotegido, mas promover-lhe a capacidade de se libertar" 
Outro exemplo foi Maria Firmina dos Reis, professora maranhense, que viveu entre 1822 e 1917 e conhecida como a primeira escritora negra do país. Ela foi fundadora da primeira escola mista e gratuita do Maranhão.
A professora Antonieta de Barros, foi a primeira deputada estadual negra do Brasil, sendo eleita no ano de 1934 em Santa Caratina e hoje se comemora o dia 15 de Outubro como dia do professor devido ao projeto lei de sua autoria.
DorinaNowill, foi uma educadora e ativista pela acessibilidade do ensino às pessoas com deficiência visual. Mesmo tendo perdido a visão aos 17 anos, em 1975 formou-se como professora sendo a primeira professora cega do Brasil. 
Dando continuidade as nossas educadoras, temos em Sonia Guimarães a primeira mulher negra a se tornar doutora em Física no Brasil, lecionando no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) desde 1993, instituição esta que não aceitava mulheres como estudantes. Ela se tornou voz ativa contra as desigualdades raciais e de gênero nas ciências, especialmente as exatas.
Débora Seabra é a primeira educadora com Síndrome de Down no país. Ela trabalha como professora assistente na educação infantil e no primeiro ano do ensino fundamental em uma escola de Natal. Débora tem uma representatividade na educação e ministra palestras no Brasil e no exterior sobre inclusão, tendo discursado na ONU em 2014.
Temos também a professora Heley de Abreu que morreu ao entrar em luta corporal com o criminoso incendiário para tentar salvar as vidas de seus alunos em 2017 na antiga Creche Gente Inocente, situada no Norte de Minas.
Observe que estas educadoras deixaram seus legados, doando-se a uma profissão que hoje recebe o desprezo dos governos, e que no caso de Minas Gerais, os profissionais de educação, encontram-se na iminência de uma greve, começando no momento com a realização de um ato político para cobrar o pagamento do piso salarial, que é lei já que o Piso Salarial Profissional com o devido reajuste chegou a R$ 3.845,63, entretanto, o atual governo paga apenas R$ 1.982,54.
Que a educação continue sendo esta mola propulsora para o protagonismo de toda nossa população e que nunca percamos "a estranha mania de ter fé na vida".

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