31/08/2022

Educação e Liberdade

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Educar é proporcionar liberdade ao educando e segundo as falas de Paulo Freire em seu livro Educação como Prática da Liberdade, publicado pela Paz e Terra em 2003, a educação será libertadora quando houver troca de idéias, debates sobre temas trabalhados nas salas de aulas e não discursos e imposições de professores para um saber esterilizado, que impõe uma ordem, reforçando uma domesticação subalterna, já que os alunos são privados do pensar autêntico.
O pensar autêntico é a base de qualquer liberdade e Gadotti em seu livro História das Idéias Pedagógicas, publicado pela Ática em 2004, elucida ao afirmar que para os atenienses, a virtude principal de um homem devia ser a luta por sua liberdade, bem como sua racionalidade além de defender seus direitos e um saber argumentar.
Para nós educadores, a leitura é uma forma de se alcançar a liberdade e a autonomia na busca de novos conhecimentos, que Tavares em seu livro Educação um Ato Político, publicado pela Autografia em 2019, enfatiza que o conhecimento tem que ser corrosivo, ou seja, implicar em mudanças, tirar o sujeito de sua passividade e inércia e inseri-lo no protagonismo cognoscente para o saber que gera poder.
Tavares supracitado enfatiza que uma educação que não conduz à liberdade não passa de um adestramento, com base nisso, um livro que ilustra bem a liberdade é: A história de Fernão Capelo Gaivota. Esta obra foi publicada por Richard Bach em 1970. 
Esta obra narra a história de uma gaivota que não se conforma com a mediocridade e as limitações impostas a seu bando que focam apenas em disputar as migalhas deixadas pelos barcos próximos da costa. 
Fernão Capelo não aceita o conformismo, o pensar imediatista e limitado de seu bando que se preocupa em realizar pequenos vôos para se alimentar das sobras, enquanto Fernão Capelo vai além dos limites das outras gaivotas, alçando vôos mais altos e se alimentando de peixes frescos e não de restos deixados na praia.
Fernão Capelo é uma gaivota diferenciada, pois fez o que sempre amou, que foi voar e melhorar cada vez mais, pois para ele “o mais importante na vida é olhar em frente e alcançar a perfeição naquilo que mais gosta de fazer”.
Para Fernão Capelo, nossos olhos mostram apenas limitações, por isso não era importante crer em tudo que via, pois precisava ter um olhar mais atento com mais entendimento, o que é corroborado por Gallo em seu livro , Ética e Cidadania: caminho da filosofia: elementos para o ensino da filosofia, publicado pela Papirus em 2003, quando enfatiza que na complexidade da vida humana, a possibilidade da liberdade é construída a cada momento, na luta contra as determinações que podem ser superadas. 
Assim tem que ser a educação, uma ação voltada para a prática da liberdade para que nossos educandos alcem os seus próprios vôos na busca do conhecimento.

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