Educação e Desinformações de Líderes Religiosos Quanto ao TEA

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806

Quando o filósofo Germânico Georg Wilhelm Friedrich Hegel, disse "Die Religion ... Sie ist das Opium des Volkes" ou seja, "A religião é o ópio do povo", ele quis dizer que apesar de uma humanidade sofrida, a religião derramava o ópio em seu povo para ele não sentir as feridas das misérias que lhe rasgavam a alma. A religião era vista como um suspiro da criatura oprimida, todavia, em nossa contemporaneidade, o ópio.

O ópio era visto como um anestesiante, mas é considerado uma droga extraída da Papoula Papaver Somniferum que provoca efeitos no corpo como sensação de relaxamento, alivio das dores, alucinações, dentre outras características típicas das drogas e podendo levar a dependência, então, imaginemos que este ópio esteja com uma ideia divergente do contexto dito por Hegel, já que muitas religiões, em especial as protestantes, tem seus líderes verdadeiros imbecis a ludibriarem seus fieis com desinformações, porém estes mesmos fieis, encontram anestesiados metaforicamente por este ópio.

Anos depois das falas proferidas por Hegel, o filósofo Friedrich Nietzsche, fez a afirmação de que “Deus está morto”, ambas falas tem o seu peso para época, todavia, analisada no contexto de hoje, tem grande pertinência.

O intuito aqui não é questionar religião, mas os valores das pessoas que fazem da religião uma forma de se promover socialmente, isso porque em todas as religiões tem pessoas sem valores, sem caráter e sem dignidade.

Não será por eu pertencer a religião X ou Y que serei um bom homem, pelo contrário, muitos religiosos fazem coisas absurdas e em seguida, usam o véu religioso da hipocrisia.

Muitos líderes religiosos ao invés de estudar, proferem desinformações explicitando sua total ignorância e preconceito mediante um assunto. Distorcem as “escrituras sagradas” para o próprio bem e sem contar que aliena completamente seus seguidores que realmente são vistas como ovelhas abstraídas de qualquer discernimento.

Duas estultices levantadas por pastores em relação ao Autista, obvio que muitas outras foram ditas, mas estas duas tiveras as devidas repercussões nas mídias por serem falas perversas, preconceituosas e por explicitarem o quão desinformadas são estas pessoas.

A primeira foi dita por um pastor da Assembleia de Deus afirmou que  o TEA (Transtorno do Espectro Autista) é resultado de uma ''visita do diabo no ventre'' da mãe ainda na gravidez[1] e a segunda, não muito diferente, foi proferida por outro pastor em uma pregação na Igreja “Comunhão Cristã Abba” em Itapeva/SP, que orienta professora expulsar os demônios dos alunos autistas, já que com seu conhecimento de causa, ele afirma que crianças com Transtornos do Espectro Autista e crianças atípicas são possuídas por espíritos malignos e que isso pode ser resolvido apenas com óleo e oração[2]; ou seja, muita arrogância e desinformação explicitadas por ambos líderes religiosos que têm nos seus públicos, pessoas entorpecidas pelas imbecilidades ditas e completamente subtraídas de qualquer senso crítico.

O fato é que antes de qualquer pessoa passar uma informação sobre um conteúdo que exige o mínimo de conhecimento, cabe a nós por meio de uma autonomia intelectual, buscarmos outras fontes de informações, buscar o discernimento e coesão das informações.

Assim tem que ser a educação, fazer com que o aluno não tenha como única fonte, pessoas cheias de si com seus egos inflados e disparar desinformações embasadas em achismos, preconceitos e imbecilidades como nos casos supracitados.

Que a educação possa por meio de seus profissionais engajados lutar contra qualquer tipo de preconceito ou julgamento de juízo e fazer valer as falas da Dra. Mona Delahooke quando afirma que “o importante é que professores e profissionais presumam competência para ver cada criança não como um diagnóstico, mas como um indivíduo, um ser humano único e incrível, com potencial ilimitado”.