Educação e Cognição
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806
A educação sempre foi uma arma contra qualquer tipo de manipulação, prova disso é que Nelson Mandela eternizou sua fala de que "a educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo", o que converge com os ideais de Paulo Freire quando ressalta dois tipos de pedagogia, a dos dominantes e a dos oprimidos, sendo que nesta última a educação surge como prática da liberdade.
Vale ressaltar que a pedagogia dominante busca alienar cada vez mais o educando, limitando sua cognição e obviamente, limitando assim a sua visão de mundo, imposta obviamente por uma classe de manipuladores que assim se encontram e que fazem de tudo para se manterem neste poder, fazendo com que a educação seja cada vez mais sofrível para que a capacidade do aluno seja sempre limitada.
Estas falas me remetem ao 22º Congresso Nacional de Educação em que fui convidado a participar pelo SINPEEM - Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo no ano de 2011 com a palestra intitulada “O Papel Social da Escola na Formação do Cidadão Crítico” e em certa ocasião foi proferido por mim que as escolas públicas idiotizam seus alunos, mas de uma maneira contextualizada com a realidade.
Interessante perceber que as falas do professor da Universidade de Brasília (UnB) José Geraldo Júnior na CPI do MST são deveras relevante com a situação. Suas elucidações pontuam a importância da cognição para a interpretação e até mesmo visão da situação, já que muitos têm uma visão apenas do que permite a sua cognição, isto é, se ela for limitada e preconceituosa, o resultado desta visão será da mesma forma.
A manipulação é tão gritante que as pessoas fazem recorte da realidade gerando um mundo paralelo baseado em falácias.
Obviamente, a verdadeira educação tem o dever social e moral de desenvolver no aluno todo o seu protagonismo e criticidade, pois como ressaltado no livro Educação uma questão de politizar, publicado pela Ícone em 2022, é elucidada a incompletude do conhecimento, isto é, precisamos perceber que o pensar certo é duvidar de nossas certezas.
Romão em seu livro Pedagogia Dialógica, publicado pela Cortez em 2002, ressalta o direito e o dever de rebelar-se contra as transgressões éticas de que somos vítimas e por isso a educação tolhida é imposta pela elite.
Dando continuidade as falas acima, Freire em seu livro Educação e Mudança, publicado pela Paz e Terra em 1979, é aduzido que a educação deve ser desinibidora e não restritiva e ressalta a importância de darmos oportunidades aos educandos de serem eles mesmos mediante claro a uma educação que desenvolva suas habilidades respeitando suas especificidades, caso contrário faremos a negação da educação que se limita a domesticação, termo este tão almejado pela elite manipuladora.
Acreditar e trabalhar para uma educação protagônica e cognoscente é um ator de rebeldia, por isso nós professores necessitamos ser os verdadeiros revolucionários.