Educação e Advertising
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806
Educação realmente é uma ação transformadora, pois ela tira as pessoas do limo da ignorância, da alienação e da manipulação.
A manipulação da informação ocorre pelos meios de comunicação com o intuito de favorecer escusos interesse, fortalecendo e gerando falácias aceitáveis em um a seara fértil formada por pessoas alienáveis.
Esta manipulação tem sido um problema pontuado por Demo (2000)[1], já que ela provoca efeitos imbecilizantes com grande ostensividade.
Interessante pontuar nas falas de Demo o advertising, que foca no tipo de influência imperceptível, porém efetiva, porque tem sua base nas estratégias refinadas de um conhecimento especializado.
Uma forma de preservar um ambiente com alto grau de criticidade é por meio da educação que poderá implicar na redução da manipulação do conhecimento é pela educação, esta ação que promoverá a autocrítica e a autonomia cognitiva de nossos educandos, alavancando em concomitância, seu protagonismo cognoscente e sua cidadania crítica.
O autor supracitado elucida que a lógica do advertising objetiva de forma clara a manipulação de nossas motivações fazendo com que cheguemos a níveis subliminares, levando-nos a comportamentos atrelados sob “a expectativa de que estamos exercendo nossa liberdade mais criativa”, quanto na verdade, estamos apenas sendo mais um manipulado pela desinformação.
Ançanello, Casarin e Furnival (2023)[2] são enfáticos ao esclarecerem que a manipulação não é definida apenas como desinformação, mas são utilizações de facetas como informação distorcida, imprecisa, descontextualizada, além de verdades parciais bem como um forte apelativo para crenças pessoais e fake news.
Para os autores acima, estas estratégias têm um solo fértil quando existe um negacionismo nas evidências factuais e científicas e cabe a educação instigar cada vez mais a autonomia intelectual, a pesquisa e a ciência em detrimento ao advertising, pois uma mentira dita cem vezes será sempre uma mentira sob a ótica dos fatos científicos.
[1] DEMO, P.. Ambivalências da sociedade da informação. Ciência da Informação, v. 29, n. 2, p. 37–42, maio 2000.
[2] ANÇANELLO, J. V.; CASARIN, H. DE C. S.; FURNIVAL, A. C.. Competência em Informação, fake news e desinformação: análise das pesquisas no contexto brasileiro. Em Questão, v. 29, p. e–125782, 2023.