15/05/2023

Educação e ABA

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806

 

Falar que hoje tem-se mais autistas chega a ser uma falácia, o que podemos afirmar é que hoje, as pessoas estão mais esclarecidas quanto ao autismo.

Um estudo publicado pela Jama Pediatrics em 2022 é que existe 1 autista para cada 30 crianças e adolescentes.

Muitas escolas ainda confundem inclusão com integração, e acreditem, a maioria ainda comete este erro crasso ao afirmar ser escolas inclusivas, mero engano.

O máximo que elas fazem é integrar alunos com suas especificidades em um ambiente quase hostil, e creia, a hostilidade é tamanha que ouve-se relatos de bullyings e até mesmo agressões físicas como relatado na Escola  Municipal Marechal Pedro Cavalcanti, em Paciência, Zona Oeste da Cidade do Rio[1].

Triste é saber que isso não se trata de um caso isolado, pois a ignorância e o preconceito encontram meios de se personificarem e fazer valer a intolerância.

Como afirmado acima, as escolas não são inclusivas e sim integralistas e isso é a prova cabal do fato, e o mínimo que se exige de uma escola inclusiva é a aceitação às diversidades, independente as especificidades de cada indivíduo, pois somos seres ímpares e isso passa a ser de suma importância para uma convivência em sociedade.

A Análise do Comportamento Aplicada, conhecida como ABA, oriundo da expressão Applied Behavior Analysis, trabalha no reforço dos comportamentos positivos, isto é, foca no potencial e nas habilidades que cada aluno autista apresenta, desta forma, pode-se perceber que as escolas sequer têm conhecimento desta ABA.

De acordo com Bandeira (2023)[2]  a Análise Comportamental Aplicada (ABA) é uma ciência que tem a função de estudar os comportamentos humanos socialmente relevantes, assim a ABA se incube de analisar e explicar a relação existente entre a tríade comportamento humano, ambiente e aprendizagem.

Nas falas da autora, cabe pontuar que a ABA não se limita apenas a autistas, mas para as pessoas consideradas neurotípicas. sem nenhum transtorno ou condição.

Como o texto tem o seu viés para as pessoas autistas, as intervenções baseadas no ABA tem o seu foco no ensino de novas habilidades e redução de comportamentos considerados desafiadores, obviamente que para que a ABA tenha a sua efetivação esperada, deve-se respeitar tanto a individualidade quanto as especificidades de cada educando com o laudo autista.

Cabe ressaltar de acordo com o Portal Synopsys Editora que “a ABA consiste no ensino intensivo das habilidades necessárias para que indivíduo se torne independente e tenha a melhor qualidade de vida possível. Definida como "aprendizagem sem erro", trabalha, basicamente, o reforço dos comportamentos positivos”[3].

É elucidado pelo Portal que “aprendizagem sem erro” trabalha basicamente no reforço dos comportamentos positivos, ou seja, trabalha com as habilidades dos alunos de forma individual, “via apresentação de uma instrução ou dica, com o professor auxiliando o aluno por meio de uma hierarquia de ajuda”.

O Portal Synopsys Editor esclarece que a ABA trabalha algumas habilidades e entre elas estão os comportamentos que interferem no desenvolvimento e na integração do indivíduo autista, sendo que em relação aos comportamentos sociais, estão inseridos o contato visual e a comunicação funcional, nos comportamentos acadêmicos estão inclusos leitura, escrita e matemática, e nas atividades cotidianas, estão intrínsecos nelas redução de comportamentos agressivos, estereótipos, autolesões, agressões verbais e fugas.

A ABA contribui tanto com o trabalho nos autistas que reduz a frustração e o desânimo do educando, de forma a garantir que os educandos respondam corretamente, em especial, no meio de uma aquisição de nova habilidade, com isso, pode-se perceber que a aprendizagem sem erro fomenta no educando a motivação e o prazer em aprender.

Dito isso, que nossas escolas possam oferecer uma melhor receptividade a nossos educandos autistas e que o seu entorno seja digno de ter este aluno tão especial de forma a fazer com que todos se sintam inseridos em seu mundo, já que a aprendizagem sem erro dará discernimento para que o educando não vá para a sua fuga.

 

[1] https://odia.ig.com.br/rio-de-janeiro/2023/05/6631066-adolescente-autista-e-agredido-com-socos-e-tapas-dentro-de-escola-em-paciencia.html

[2] BANDEIRA, Gabriela. ABA: o que não pode faltar em uma intervenção de qualidade? Portal Genial Care. 2023. Disponível em: <https://genialcare.com.br/blog/aba/>

[3] https://www.sinopsyseditora.com.br/blog/quais-as-terapias-indicadas-para-tratamento-de-autistas-431

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