Educação e a Tripla Percepção da Realidade

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Este isolamento nos fez perceber o quão frágil e sofrível está a educação pública brasileira e em contrapartida, está sendo também um momento singular para boas mudanças na metodologia bem como em certos conceitos da vida em concomitância suas aplicações como inteligência emocional.

A inteligência emocional implica na capacidade de reconhecermos e avaliarmos nossos próprios sentimentos e dos outros, e uma forma de se trabalhar isso é através da tripla perceção.

Segundo Gislene Isquierdo a tripla percepção é o comportamento que está relacionado com três pontos de vista, o seu, o do outro e um totalmente neutro[1].

Para a psicóloga os três são importantes quando trabalhados simultaneamente, todavia se for utilizado apenas um ponto de vista, o indivíduo poderá ser até mesmo estigmatizado, ou seja, quando se utiliza apenas o próprio ponto de vista, a arrogância e o egoísmo passam ser predominantes, o que refletirá na aversão de terceiros perante a sua pessoa, e como dizem você passará dependendo do ambiente em que estiver a ser uma "persona non grata" que é justamente aquela pessoa a qual recebe muitas restrições.

Dando continuidade a ideias de Isquierdo, quando se utiliza sempre o ponto de vista do outro, é ressaltado a insegurança e submissão e isso em certos momentos poderá refletir negativamente principalmente se a pessoa tiver que tomar alguma decisão, já que esta ação não será bem aceita para os demais.

O ponto de vista neutro, ressalta controle emocional, em contrapartida, o indivíduo é visto como alguém sem emoção e totalmente frio e isso para Isquierdo não gera conexão com os demais, já que faltará neste a empatia para uma verdadeira aproximação.

Interessante é perceber que os três pontos de vista ao serem intercalados, fará do educando uma pessoa mais realizada pessoalmente e consequentemente profissionalmente, já que este saberá a hora de dizer não, de aceitar as críticas e de se colocar no lugar do outro.

Faz-se mister perceber que educar não é apenas desenvolver o intelecto do educando, o que é corroborado por aranha em seu livro Filosofia da Educação, publicado pela Moderna em 1996.

A autora enfatiza que educação está intrinsecamente ligada ao desenvolvimento integral do homem, não só a intelectual, mas também a sua capacidade física e moral, bem como desenvolver habilidades, caráter e personalidade social,e nestes dois últimos a tripla percepção auxiliará em uma vida mais harmonizada para nosso educando.