25/10/2018

Educação e a Solução de More

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

 

            Interessante perceber quão pouco são os políticos que têm conhecimento da realidade da educação brasileira e sabem da sua importância para a transformação de uma sociedade.

            De acordo com Tabata Amaral,70% dos adultos no Brasil não conseguem compreender um simples texto.

Tabata Amaral ainda ressalta ainda que 20% dos alunos que terminam o segundo grau em escolas públicas estaduais aprendem o português básico e destes, somente 3% aprendem o básico de matemática

            Sendo assim, pode-se perceber que boa parte de nossos alunos estudando durante 12 anos em uma instituição pública (municipal e estadual) ao saírem, além de saírem analfabetos funcionais, estes,  mal conseguirão fazer contas com frações.

            Giles em seu livro Filosofia da Educação, publicado pela editora EPU em 1983, é enfático ao ressaltar que compete ao processo educativo levar o homem a um nível de crítica avaliativa, entretanto pode-se perceber a falta de discernimento em nossos alunos e o quão encontram-se alienados.

            O poder transformador da educação já era destacado por Freire em seu livro Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa, publicado pela Editora Paz e Terra em 1996. Freire era enfático ao dizer que a educação tinha o poder de transformar o homem e este transformar o seu entorno.

            Ela desenvolve o cidadão crítico e protagônico, o que é salientado em meus livros Docência, momento reflexivo, A Caixa de Pandora: por uma Educação Ativa; Gestão do Conhecimento, Educação e Sociedade do Conhecimento, todos publicados pela Ícone Editora e Gestão Pedagógica: Gerindo Escolas para a Cidadania Crítica; Escola não é Depósito de Crianças: A importância da família na educação dos filhos, ambos publicados pela WAK Editora.

Itens como violência urbana, corrupção, desemprego e maus políticos só evidenciam a realidade enfrentada pelo Brasil hoje, e isso não é mais que um reflexo da nossa má educação pública.

Para Romão em seu livro Pedagogia Dialógica, publicado pela Editora Cortez em 2002, o existir humanamente é pronunciar o mundo, é modificá-lo. E para que esta modificação aconteça, a educação deverá se fazer presente, dito isso, Gadotti em seu livro História das Idéias Pedagógicas, publicado pela Ática em 2004, reforça as falas acima quando esclarece que a educação tem um papel importante no próprio processo de humanização do homem e de transformação social.

Pitombo em sua obra Conhecimento, valor e educação em John Dewey, publicado pela Pioneira em 1974, ressalta que o processo educativo é um contínuo reorganizar, reconstruir, transformar, entretanto com a devida a atual conjuntura, nossa sofrível educação não passa de um ato alienante criando cada vez mais pessoas domesticadas subalternas. A criticidade é deixada de lado, pois seres pensantes incomodam o sistema.

Durkheim focava sempre uma teoria sociológica que servisse de pedra angular aos educadores para que estes pudessem contribuir com a transformação do ensino o que refletiria positivamente na mudança da sociedade.

Apesar de esforços hercúleos por parte dos educadores e dos poucos políticos que lutam por uma educação de qualidade, nossos políticos junto com o sistema de educação, apesar de estarmos no século XXI, ainda aplicam a solução de More do século XVIII, que segundo Burke e Ornsteins no livro O Presente do Fazedor de Machados – Os dois gumes da história da cultura humana, publicado pela Bertrand Brasil em 1998, esta solução é baseada na poetisa e teatróloga Hanna More que trabalhava a disciplina social e a mesma era enfática ao dizer que “para a crise crescente era ensinar a submissão total à autoridade e incentivar a resignação cristã em face da privação e da adversidade”.

Dito isso, percebe-se então cada vez mais que a solução de More tem realmente sido aplicada em nossos jovens tirando destes, qualquer poder de discernimento.

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