Educação e a Síndrome do Impostor
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
A seara da educação é extensa e por isso nós educadores precisamos resgatar a subjetividade e ressignificar o espaço escolar, seja por meio da linguagem e ou como elucidado no livro Gestão Afetiva: Sistema Educacional e Propostas Gerenciais, publicado pela WAK em 2020, que é por meio também da afetividade e das interações sociais, bem como de uma escuta pedagógica que serão proporcionados pelo professor.
E com o elo fortalecido entre educador e educando, fica fácil o educador perceber ansiedades e medos de seus alunos e possivelmente, identificar se o aluno sofre da Síndrome do Impostor.
A Síndrome do Impostor foi um termo utilizado pela primeira vez em 1978 pelas psicólogas Pauline Clance e Suzanne Imes. Ela na prática foi percebida entre pelas psicólogas, o que é corroborado com uma pesquisa realizada pela Universidade Dominicana da Califórnia a qual esclarece que 70% da população passa por algum tipo de questionamento quanto as suas habilidades e capacidades.
Esta síndrome é caracterizada por pessoas com tendências a autossabotagem, ou seja, dentro de sua cabeça, existe uma falsa percepção de que o mesmo não tem capacidade, que não tem competência e que não é suficientemente qualificado para resolver o que está sendo proposto.
Segundo as psicólogas citadas acima, esta síndrome pode variar como também ser reforçada dependendo do meio em que a pessoa encontrar, assim sendo, quanto mais favorável for o ambiente para o seu desenvolvimento, maior será a sua aceitação como alguém capacitado a resolver o que foi proposto.
Imagine se isso acontece com profissionais adultos e bem sucedidos, imagine com nossas crianças e adolescentes, já que elas são suscetíveis a situações que contribuem com esta síndrome como sentimento de não pertencimento, procrastinação, autodepreciação, ingratidão, autocrítica excessiva e comparação
A Síndrome do Impostor está ligada a ansiedade, depressão, baixa autoestima e perfeccionismo, pontuando a incapacidade de lidar com frustrações oriundas de esforços sem resultados esperados.
Estudos segundo Victória Vitrio pontuam que Síndrome do Impostor e Inteligência Emocional andam em paralelo, e quanto mais apurada for a Inteligência Emocional da pessoa, menos insegurança ela sentirá e de forma concomitante, menos impostora ela se sentirá.
Tal informação é corroborada com meu livro Educação um Ato Político, publicado pela Autografia em 2019, quando é pontuado que a Inteligência Emocional ressalta a capacidade de controlar impulsos, canalizar emoções, praticar gratidão, conciliar o lado emocional e racional do cérebro, conhecer as próprias emoções e se automotivar, e assim, proporciona um menor nível de estresse, ansiedade, relacionamentos menos conturbados, relacionamento pessoal mais proveitoso, mais equilíbrio emocional, mais clareza nos objetivos e tomada de decisão, melhor comprometimento com metas almejadas além de elevar a autoestima e autoconfiança.
Dito isso, cabe a nós educadores ficarmos atentos para que nossos alunos possam estar cientes de si e serem conhecedores de suas capacidades para que se desenvolvam integralmente sem se sentirem incapazes, pois quando estamos dispostos a aprender, as portas do saber se abrem.