Educação e a Realidade Simulada
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806
Temos que parar de pensar que o Brasil é um país em que a isonomia, apesar de ser um dever do Estado, é algo efetivado.
A desigualdade social na sua maioria das vezes, mostra como a justiça tem sido trabalhada, assim sendo, as pessoas mais afetadas pela desigualdade social são aquelas que têm menos renda, menos acesso a serviços públicos, menos educação e menos oportunidades de emprego e isso em concomitância, condiciona o acesso a direitos básicos, e são as pessoas inseridas nesta desigualdade que mais sentem o braço forte da justiça.
Um preto pobre de periferia quando comete um delito, ele é obrigado e sentir os rigores da lei em um cárcere privado, agora um ex-chefe do executivo recebe uma prisão domiciliar em sua mansão que vale milhões.
E para maior espanto, se bem que a diferença social é justamente para definir quem tem ou não direito a regalias, tem-se as presidiárias que são algemadas “com agressões físicas dentro da cela e sem atendimento médico” quando dão à luz e ainda tem o procedimento de laqueadura sem a permissão das detentas[1].
Um caso que explicitou o quão a diferença social influencia a forma de tratamento, ocorreu com um motoboy chamado Ivanildo e o da blogueira e influenciadora Virgínia Fonseca em que no momento da CPI das Bets, os parlamentarem pousaram para selfs com a investigada[2], quanto que em relação a Ivanildo, este foi tratado como bandido apesar de estar apenas cumprindo ordens do patrão.
Tratava-se de um trabalhador sem histórico criminal e uma vida simples e honesta, e o interrogatório feito pelos políticos que buscavam a “ética e justiça” como máscara da hipocrisia, fizeram do momento um ato inquisitório remontando ao período da inquisição.
Ele com sua ação não prejudicou ninguém, apenas fazia a sua obrigação enquanto a influenciadora, leva o caos para as famílias, leva o desespero, a fome e o suicídio por meio das apostas, e é justamente por estes reveses que ela enriquece cada vez mais, ou seja, quanto mais jogadores, maior será o seu lucro e obvio, o lucro será baseada nas derrotas dos mesmos.
As pessoas em sua insanidade de caça as bruxas, fazem uso do termo “boi de piranha” como aconteceu no caso de Ivanildo e em contrapartida, por ser uma influenciadora e com alto poder aquisitivo, faltou jogar pétalas de rosas ou até mesmo estender um tapete vermelho, já que várias fotos e selfs foram tiradas, o que deixou o povo envergonhado de tanta bajulação.
É neste momento em que a educação deve ser questionada, isso porque ela não tem que trabalhar no educando apenas o conhecimento, mas o humanismo, mostrando que a verdadeira justiça não se dá pela cor e/ou condição social, mas pela simples questão de civilidade e humanidade.