27/09/2022

Educação e a Palavra Nankurunaisa

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Nankurunaisa é uma palavra para nós, todavia para os japoneses é uma expressão com significado de “com o tempo tudo se acerta”, e assim tem sido, já que o tempo em sua metáfora, é um sábio que mostra se as nossas escolhas foram corretas, entretanto para muitos faltam discernimento em compreender as conseqüências de suas escolhas.
Peguemos como exemplo as eleições que ocorrerão no dia 02 de outubro do corrente ano. Fizemos nossas escolhas e tivemos 4 anos para observar, analisar e constatar se as escolhas foram ou não corretas, e agora é hora de fazermos o “mea culpa, mea maxima culpa”.
Minhas escolhas foram baseadas no coletivo, na consciência de classe, no humanismo, no amor ao povo, na luta pelas desigualdades sociais, na luta para acabar com a fome e dar mais dignidade ao povo?
São perguntas retóricas com intuito de estimular a reflexão e pontuar ações corretivas.
Obviamente que temos as respostas, mas devido ao nosso caráter, conseguiríamos aplicar o mea culpa ou justificar nossos erros? 
Por simples orgulho e egoísmo, que são os maiores males da sociedade, mantemos fieis a nossas estultices, já que reconhecer um erro é fazer com que os outros tenham certeza de sua capacidade de errar, embora muitos dos orgulhosos e egoístas se acham incapazes de tal coisa.
É neste momento que a educação deveria mostrar a sua verdadeira função que é desenvolver a criticidade de seus alunos, politizando-os, humanizando-os e fazendo destes, cidadãos críticos, mas esta mesma educação encontra-se fragilizada em seu sistema educacional, com suas escolas sucateadas e seus profissionais desmotivados.
Nankurunaisa nos dá esperança, não a citada por Nietzsche em seu livro Demasiadamente Humano, mas aquela esperança de que desta vez as escolhas serão corretas, pois já colhemos os amargos frutos de nossas ações.
Amargos frutos representados pela demofobia, que significa desprezo pelo pobre, acarretando em um aumento de pessoas passando fome que, outrora estava radicado e hoje contam com mais de 30 milhões, em concomitância a aumentos abusivos dos preços de produtos como cesta básica, gás de cozinha, combustíveis, dentre outros que são necessários para uma vida digna.
O fato é que hoje temos apenas duas opções e conhecemos as ações de ambas, relacionado ao que foi oferecido ao povo e quem realmente se comprometeu com o trabalho, sendo um verdadeiro estadista.
A escolha é fácil, mas o reconhecimento pelos erros explicita apenas o quão frágil é o caráter da pessoa e se abster entre estas duas escolhas, é só uma comprovação de covardia, indiferença e até mesmo conivência com a atual conjuntura.
Que possamos por meio da educação, formal ou informal, fazer prevalecer o amor sobre ódio, o respeito sobre a intolerância e a democracia sobre o fascismo. 

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