02/06/2022

Educação e a Memória Histórica

É sabido que a educação é a porta principal para o progresso de toda e qualquer sociedade, fazendo-se valer o humanismo e o respeito pelas diferenças.

Encontramo-nos em um momento político de polarização, em linguagem atualizada, poderíamos usar o termo binário, ou é um ultraconservador ou é um comunista, e pensamentos assim caracterizam apenas certa nesciedade por parte de quem enxerga por este prisma.
É importante para nós educadores, resgatarmos a historicidade de nosso povo para que erros não se perpetuem ou se repitam, e isso diverge completamente de ideologia, é apenas auxiliar o educando a ter discernimento sem se abster da história por trás das ações e personagens.
A história no Brasil é bem questionável por ser manipuladora, todavia, o aluno precisa buscar suas próprias informações por meio de pesquisas e assim desenvolver o seu protagonismo cognoscente em concomitância, a sua criticidade e cidadania.
Triste perceber professores historiadores defenderem a atual conjuntura política que é embasada em exclusão, violência, intolerância, ódio e principalmente fakenews.
Falta nestes pseudoeducadores uma memória, pois como professores de tal área, deveriam saber um pouco sobre a história buscando não somente o que está nos livros, mas pesquisando os lados envolvidos (por meio de documentos) e percebendo que, geralmente o que prevalece é a registrada para a manipulação do povo, o que é imposto por uma “elite dominadora”.
De acordo com a proposta pedagógica curricular a história é “expressa no processo de produção de conhecimento humano sob a forma de consciência histórica dos sujeitos. É voltada para a interpretação dos sentidos do pensar histórico dos mesmos, por meio da compreensão da provisoriedade deste conhecimento”.
Como ressaltado acima, falta em nossos professores de história que apóiam movimentos fascistas uma consciência histórica, inclusive de experiências ocorridas em outros países em que o ultraconservadorismo sobressaiu. 
Baseado neste contexto temos como exemplo, uma obra escrita por Henrique Rodrigues em que fez uma excelente comparação com nossa atual conjuntura política com a que ocorreu na Espanha com os reacionários que tumultuaram o país europeu no início do século XX.
Interessante perceber tanta imbecilidade para uma profissão que deveria ser a mais crítica, mas isso só pontua o quão é medíocre o professor que convergem com esta linha de pensamento, o quão é pobre de espírito e fraco de caráter.
Que nós educadores não deixemos perder a consciência histórica e que possamos ir contra este sistema que tenta impor inverdades para serem ensinadas, como aconteceu com Vélez, o nosso ex-ministro da educação quando tentou revisar os livros de história com o argumento de que o golpe militar no Brasil foi na verdade “uma decisão soberana da sociedade brasileira”, e obviamente os outros ministros que sucederam este, fizeram e disseram outras imbecilidades que macularam a já tão sofrida educação.
Que possamos assim, fomentar em nossos alunos a criticidade e o discernimento para que estes possam perceber as nuanças dos fakenews usados pela política atual para se manterem no poder, dito isso, Harari em seu livro 21 Lições para o Século 21, publicado pela Letras em 2018, elucida que se você quer poder, em algum momento terá de disseminar mentiras, e nosso terreno político é uma seara fértil para elas.

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