29/09/2025

Educação e a Loucura da Massa para Nietzsche

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806

 

A filosofia é um perigo para a elite, pois ela faz o cidadão pensar e também desenvolve sua autonomia intelectual, como afirmava Paulo Freire: “o sistema não teme o pobre que passa fome, teme o pobre que sabe pensar”.

Observe que uma forma de sabotar a qualidade da educação é subtrair de seu currículo disciplinas como filosofia, sociologia entre outras ligadas às áreas humanas.

Dito isso, imagine: Como seria o mundo de hoje sem os grandes filósofos como Sócrates, Platão, Aristóteles, Descartes, Locke, Maquiavel, Kant, Hegel, Nietzsche, Foucault dentre muitos outros que alavancaram a criticidade das pessoas? Seríamos seres bestiais, totalmente manipulados por religiosos por meio do medo, de folclores, de castigos, dentre outras estultices para corte e controle.

O conhecimento é basilar para a criticidade, protagonismo e autonomia, sendo assim, observe uma fala pontual de Nietzsche quando afirma que "a loucura é algo raro em indivíduos, mas nos grupos, nos partidos, nos povos e nas épocas, ela é regra".

Peguemos como exemplo a pressão social, visto que ela tanto nos impede de fazer coisas que gostaríamos quanto nos obriga a fazer coisas que não entendemos.

Dito isso, a loucura quando feita por uma massa é vista como algo normal, assim como orar para pneus, colocar celular na cabeça com a lanterna dele acesa com intuito de pedir intervenção aos extraterrestres, queimar mulheres dizendo serem bruxas por pensarem diferente dentre outras barbáries vistas como algo justificável.

Para Nietzsche, a loucura só é vista como loucura ou comportamento irracional quando praticada por apenas um indivíduo, mas se torna normal quando praticados por um coletivo, isto é, quando as pessoas se juntam em grupos, isso porque a dinâmica de grupo tende a anular o pensamento racional individual.

Todo grupo tem uma tendência ao conformismo e à pressão para a homogeneidade e engessamento do pensar e do agir, e o medo de ser diferente e em concomitância ser excluído do meio, passa a ser um agravante para essa homogeneização.

Um verso interessante encontrado em uma das músicas de Oswaldo Montenegro diz que "quem não ouve a melodia, acha maluco quem dança", e a filosofia te faz ser o maluco por pensar de forma diferenciada e balizada com o discernimento.

A loucura coletiva, embora vista pelos “loucos” como algo natural é fundamentada por oportunistas que fazem uso de narrativas de grupo, na qual a ideia passa a ser amplamente aceita, distorcendo a realidade a ponto de levar a comportamentos coletivos irracionais como visto acima.

Sendo assim, que a educação possa por meio da filosofia, sociologia dentre outras disciplinas, fazer o educando pensar e ser questionador de sua realidade, desenvolvendo dessa maneira todo seu protagonismo e discernimento para não fazer parte da loucura coletiva.

Assine

Assine gratuitamente nossa revista e receba por email as novidades semanais.

×
Assine

Está com alguma dúvida? Quer fazer alguma sugestão para nós? Então, fale conosco pelo formulário abaixo.

×