Educação e a Logoterapia
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806
A educação implica em transformação, logo ela precisa pontuar seus alunos a um pensar no sentido da vida e na sua complexidade, assim sendo, Viktor Frankil desenvolveu o que é conhecido como logoterapia, que é uma terapia que se baseia no controle dos pensamentos.
Ela tem como cerne a análise existencial que foca o encontro do sentido da vida que é a maior força motivadora das pessoas, pois tudo pode nos ser tirado, exceto o nosso pensamento.
Interessante pontuar que esta experiência vivenciada pelo Viktor Frankil ocorreu em uma cela de um campo de concentração nazista em um espaço que era para caber 15 judeus, tinha mais de cem e alguns seminuns.
Este espaço e a pressão vivenciado por ele permitiu criar um insight percebendo que os nazistas tinham controle de tudo, sobre o corpo das pessoas e inclusive a vida, exceto o pensamento, a liberdade do pensar o que se deseja, pois a liberdade do pensar era a única coisa que eles não sequer poderiam subtrair.
Viktor Frankil percebeu que quando não controlamos pensamentos, vivemos em uma prisão emocional e todos sabem que os maiores males da saúde são psicossomáticos e se a mente não estiver boa, esta má condição reverberará por todo o corpo.
O livre pensar deve ser fomentado pela educação mediante ao discernimento, pois vivemos em uma falsa liberdade de escolha, ou seja, a nossa atual conjuntura nos leva a acreditar que temos livre escolha, todavia, as pessoas perdem o poder de pensar, sendo manipulado pelas circunstâncias, levando-se a um pensar com ódio, individualismo, inveja e alienação.
Pensar é uma forma de existir, já dizia René Descartes com sua célebre frase “cogito, ergo sum”, ou seja, “penso, logo existo”, desta forma a educação precisa desenvolver o pensar de seus alunos para que estes não se deixem levar pelas circunstâncias e manipulações.
Quanto menos a pessoa pensar, mais fácil será para manipular, ou seja, o não pensar leva a subalternidade, por isso muitos políticos pregam uma escola não politizada para que seus alunos não percebam as nuances da manipulação.
Cabe a educação trabalhar a liberdade e esta está alicerçada no pensamento e no fazer, pois a ação é precursora do pensamento, dessa forma não tem como desvencilhar o pensar da educação, já que este pensar passa a ser um dos pilares dela.
Educar não é apenas transmitir conhecimentos específicos, mas propiciar um ambiente ao qual os educandos possam desenvolver suas capacidades críticas e formar suas próprias opiniões de forma a transformar o seu contexto.
A liberdade de pensamento alicerçada pela educação leva o educando ao desenvolvimento do pensamento crítico, a diversidade de perspectiva, autonomia e motivação, inovação e criatividade e principalmente a resistência ao controle.
Dito isso, para que a educação de qualidade seja efetivada, a liberdade de pensamento deverá ser a prioridade, pois além de enriquecer o processo ensino-aprendizagem, ela preparará o educando a uma participação ativa e reflexiva na sociedade, implicando assim na verdadeira transformação oriunda do binômio educar e pensar.