02/08/2022

Educação e a Indignação Seletiva

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Ciente de que toda educação é um ato político, cabe aqui pontuar que a mesma deve incitar o discernimento quanto as leis impostas à sociedade, partindo do pressuposto que existem leis justas e injustas, sendo que a primeira tem uma responsabilidade legal e moral, e a segunda, como dizia Santo Agostinho, “uma lei injusta simplesmente não é lei”.
Nas falas do professor Rafael Mafei, a lei injusta está em desacordo com a lei moral, pois ela degrada a personalidade humana e segrega a sociedade, e toda segregação desfigura a alma e rouba a dignidade do homem.
Segundo o professor supracitado, a lei injusta, trata-se de um código criado por um grupo majoritário que detém o poder para compelir um grupo minoritário a obedecer tal imposição, já que para fazer valer a vontade destes majoritários, impõem-se a lei, que será neste caso, para o próprio benefício destes detentores de poder.
Com isso, pode-se perceber que temos um dever moral e obrigação em desobedecer uma lei injusta, isso porque diante da injustiça, não pode haver omissão, já dizia o sul-africano Desmond Tutu, vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 1984 ao eternizar a seguinte frase: “Se você fica neutro em situações de injustiça, você escolhe o lado do opressor”, e neste caso, situação injusta se aplica também a lei injusta.
Infelizmente, a atual conjuntura política tem se respaldado em leis injustas ou até mesmo em seletivas indignações, que a grosso modo é denominado de hipocrisia, o que é mais correto já que nossos políticos são em grande maioria, hipócritas.
Obviamente não precisaremos perpassar pelas hipocrisias e desvio de caráter de nosso maior representante político, apenas pontuar que para seus seguidores, a indignação de outrora hoje é aceitável e totalmente justificável.
É justificável acabar com o portal transparência e impor a lei do sigilo de 100 anos, assim como é para destituir e/ou exonerar delegados da Polícia Federal que faça qualquer investigação que vá contra a vontade de nosso Chefe de Estado, o que em tempos outros, exigiam uma severa investigação e a pesada mão da lei.
Hoje como Chefe de Estado temos a personificação do caos, representado por um ser preconceituoso, misógino, homofóbico, racista e que mal consegue manter uma conversa inteligível.
Assim sendo, que a educação caminhe para fomentar o discernimento de nossos educandos de forma a perceberem que não se pode existir indignação seletiva, que como diz o adágio que representa a necessidade de igualdade e isonomia, “o pau que dá em Chico dá em Francisco.”

 

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