26/05/2025

Educação e a Holocentrismo

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806

 

A palavra holocentrimos vem de holos que teve sua origem grega que significa todo, assim sendo, uma pessoa holocentrada é uma pessoa centrada no todo, nela própria e nos outros.

O contrário do holocentrismo é o egocentrismo que foca a si mesmo e o bem-estar do outro em momento algum lhe interessa, todavia, não somos uma ilha, já que necessitamos de interação, e é justamente esta interação que forma e mantém uma sociedade.

Será com o holocentrismo que minimizaremos as desigualdades sociais, o que tem impactado a qualidade de vida de muitos cidadãos, levando a pobreza, conflitos, exclusão social e mobilidade social.

São pessoas com menos renda, menos acesso a serviços públicos, menos oportunidades de emprego enfim, são os verdadeiros excluídos da sociedade, mas isso se dá porque ela está cada vez mais individualista e cabe a educação com o seu poder de transformação, trabalhar seus educandos para uma vida mais coletiva e com mais inteligência emocional, divergindo assim de sentimentos egoicos, isto é, sentimentos direcionados para o próprio “eu” individual, refletindo assim com as necessidades, desejos e emoções unicamente da própria pessoa.

No livro 21 Lições para o Século 21, publicado pela Companhia das Letras em 2018, Harari diz que “uma vara isolada é muito fraca, e você pode facilmente quebrá-la em dois. No entanto, quando você junta muitas varas, é quase impossível quebrá-las de uma só vez. Isso implica que um indivíduo é uma coisa irrelevante, mas enquanto o coletivo estiver unido ele será muito poderoso”, e com isso pode-se afirmar o foco do holocentrismo, que é o coletivismo, ou seja, o crescimento de todos.

Partindo dessas afirmações, Goleman em seu livro Inteligência Emocional, publicado pela Objetiva Ltda em 1995, enfatiza que a inteligência interpessoal é capacidade de compreender outras pessoas, como o que as motiva, como trabalham, como trabalhar cooperativamente com elas e dito isso, cabe a nós docentes termos esta percepção e mediar o desenvolvimento desta inteligência para que seja efetivado o holocentrismo, de forma com que o aluno possa perceber a importância do conviver, compartilhar, ajudar a crescer e assim se tornar uma pessoa com mais civilidade e humanismo.

Analisando as falas acima de Goleman, pode-se perceber que não tem como trabalhar holocentrismo sem perpassar pela empatia, já que se trata de uma sensibilidade em relação aos sentimentos dos outros.

Por meio do holocentrismo desenvolveremos uma presença inspiradora, reacenderemos a esperança, instigaremos a transformação baseado no amor e onde tiver caos, conseguiremos fomentar a paz e a ordem.

Harari em seu livro Sapiens - Uma Breve História da Humanidade, publicado pel L&PM em 2016, acrescenta que o homo sapiens é um animal social e a cooperação social é essencial para a sobrevivência e perpetuação da espécie, e temos nas instituições educacionais, a alavanca para a mudança social e em concomitância os recursos para trabalhar em seu corpo discente o discernimento, a autonomia intelectual como também o protagonismo cognoscente, sem se abster do auxílio ao coletivo, aos menos favorecidos e principalmente aos excluídos que representam o abismo existente nas diferenças sociais, e como dizia o fotógrafo Sebastião Salgado, “o mundo está dividido em duas partes, de um lado a liberdade para aqueles que têm tudo, do outro a privação de tudo para aqueles que não têm nada”.

Será pelo holocentrismo que estas pessoas privadas de tudo, conseguirão ter a dignidade resgatada e o sonho de uma vida sem efetivado.

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