Educação e a Desobnubilação
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806
Como ressaltado por mim em minhas obras Educação um ato político, publicado pela autografia em 2019 e Educação uma questão de politizar, publicado pela Ícone em 2022, a educação deveria ter o seu fulcro no desenvolvimento de consciência do educando, todavia, o mesmo se encontra cada vez mais alienado.
As Tecnologias de Informação e Comunicação tem pontuado o quão grande é o déficit de cognição da nossa sociedade que abriu a mão da própria dignidade para acompanhar a lei do menor esforço que é acreditar em todas imbecilidades que ditam como regras na internet, como teoria do terraplanismo ou que a caneta Bic é um instrumento extraterrestre que está em nossa casa para passar informações a nosso respeito aos alienígenas, por isso uma das brigas para tentar salvaguardar a sociedade de tamanhas imbecilidades é a PL 2630 das Big Techs[1]
Dando continuidade ao tema proposto, um sujeito obnubilado é o sujeito que tem sua visão ofuscada pela falta de conhecimento, conhecimento diga-se de passagem, pertinente.
Não adentrando na seara da psicologia mas permeando o conceito de consciência, é sabido que este conceito é dividido em dois grupos, sendo o primeiro relacionado ao estado de vigília e o segundo relacionado as funções cognitivas e respostas efetivas, tendo relação com a percepção do ambiente[2].
Obviamente que nosso viés será pela percepção do ambiente, já que a pessoa obnubilada tem alteração da consciência, ou seja, não consegue assimilar o conteúdo ministrado por seu déficit de cognição.
Claro que trabalhar com pessoas alienadas tem como resultado a obnubilação deças, fazendo com que o trabalho do educador seja ainda mais árduo, uma vez que seus educandos vivem em um mundo ao qual impera a plena ignorância e a inércia da inépcia.
Educar é um trabalho fastidioso e obviamente nosso foco não pode ser a maiêutica que segundo Giles em sua obra Filosofia da Educação, publicado pela EPU em 1983, ajuda o educando alcançar as verdades científicas mais difíceis, quando bem conduzidos e isso claro, pode ser alcançado mediante a um processo de questionamento inteligente e hábil.
Aranha em seu livro Filosofia da Educação, publicado pela Moderna em 1996, salienta que alienação é a perda da individualidade, perda da consciência crítica e é justamente isso que as escolas tem encontrado em seu corpo discente, e porque não afirma no docente também, pois como é afirmado por Augusto Branco, existem idiotas com doutorado, afinal de contas, tivemos um guru autodenominado filósofo que pregou a teoria do terraplanismo e muitos imbecis diplomados defenderam esta ideia, além de muitas outras ideias estapafúrdias.
Enfim, a educação ocorrerá com primazia quando nossos alunos não se sentirem obnubilados diante do conhecimento e estes mesmos educandos tiverem prazer em aprender cada vez mais.
Assim sendo, Romão em sua obra Pedagogia Dialógica, publicado pela Cortez em 2002 é enfático ao elucidar que cabe a nós educadores superar a curiosidade ingênua de nossos alunos pela curiosidade epistemológica, da consciência intransitiva mágica pela consciência transitiva crítica gerando assim um agente protagônico cognoscente.