Educação e a Avaliação por Rubrica
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806
Apesar de muitas escolas se denominarem modernas, tecnológicas, com usos de metodologias ativas, elas ainda se encontram presa a avaliação tradicional, aquela avaliação conteudista muito advertida por Gardner em seu livro Inteligências múltiplas: a teoria na prática, publicado pela Artes Médicas em 1995, ao elucidar que estas avaliações não medem a inteligência do educando, apenas servem para selecionar um indivíduo e potencialmente, limitar o seu crescimento.
Suassuna em seu artigo Avaliação da escrita escolar: a importância e o papel dos critérios, publicado em 2017[1], ressalta que é inegável a importância da avaliação para fins de orientação, planejamento, execução e replanejamento do ensino e pode-se afirmar que nem sempre a avaliação tradicional pontua o crescimento do educando.
Dito isso, a avaliação por rubricas tem o potencial de auxiliar na correção de atividades mais complexas com seminários, debates e projetos estabelecendo critérios e níveis de desempenho, e este tipo de avaliação, por ser um instrumento de apoio, propicia a organização dos dados de avaliação.
Hoje encontramos na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) competências e habilidades que estão alheios ao processo conteudista ou até mesmo ao ensino bancário muito advertido por Freire em seu livro Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa, publicado pela Paz e Terra, em 1996, ao salientar que este tipo de ensino deforma a necessária criatividade do educando e do educador.
Romão em seu livro Pedagogia Dialógica, publicada pela Cortez em 2002, esclarece que quando se avalia por meios não tradicionais que envolvem procedimentos conteudistas, o aluno aprende a conhecer, aprende a fazer e aprende a conviver, e com base nestes princípios a BNCC busca desenvolver avaliações com base nas habilidades que é o saber fazer e nas competências que são as mobilizações de recursos que auxiliam na solução de um problema fugindo assim a memorização, repetição e estímulo resposta muito difundida por Pavlov ressaltado em meu livro Educação um ato político publicado pela Autografia em 2019.
A avaliação por rubrica, evidencia o conhecimento em ação, ou seja, habilidade que o aluno demonstra pontuando o saber fazer e este tipo de avaliação trabalha o ser integral fugindo do binômio expandir a instrução e reprimir a educação advertido por Tomazi em seu livro Sociologia da Educação, publicado pela Atual em 1997.
Trabalhar com métodos de rubrica é uma forma de se trabalhar mais efetivamente conceitos socioemocionais, já que nestes métodos encontram-se a facilidade na avaliação de problemas complexos.
Em uma avaliação por rubrica, trabalha-se a granularidade, transparência, herança e alinhamento com a parte diagnóstica, a formativa, a somativa e a comparativa.
Na avaliação socioemocional por meio das rubricas, trabalhar com indicadores se faz de suma importância e pontua um princípio operativo da classificação, auxiliando assim na superação de níveis que foram elaborados para o alcance das intenções educativas.
Esta avaliação serve para estratificar os níveis dos alunos além de trabalhar sua autoavaliação e maturidade quanto ao que se está avaliando e em concomitância, ao que pretende alcançar, desenvolvendo assim a sua inteligência socioemocional.
Assim sendo, que nós professores possamos ter melhor entendimento deste critério de avaliação e tornarmos assim um agente mediador e transformador da realidade de nossos alunos para que estes possam reverberar todo o seu ser como também sua humanidade.
[1]SUASSUNA, Lívia. Avaliação da escrita escolar: a importância e o papel dos critérios 1. Educar em Revista, n. 66, p. 275–293, 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/j/er/a/CYJMg4yrTJ8pXMvtKsW95gw/#