Educação e a Autenticação da Identidade
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
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O autoconhecimento é importante para o seu crescimento como ser humano, permitindo conhecer e lidar com suas fraquezas e forças, buscando uma melhora contínua, tendo assim controle de suas emoções bem como uma evolução de sua autoestima.
Este mesmo autoconhecimento trabalha de forma mais efetiva o seu poder de raciocínio que treina e exercita nosso pensamento, preparando-o para uma purificação intelectual que lhe permitirá alcançar uma intuição das ideias ou das essências que formam a realidade ou que constituem o Ser e em concomitância a sua identidade.
Platão foi um filósofo que trabalhou bem o desenvolvimento da purificação intelectual, e interessante pontuar em sua abstração é que ele lida com o conhecimento em dois vieses que são o conhecimento sensível (crença e opinião) e o conhecimento intelectual (raciocínio e intuição) afirmando que somente o segundo alcança o Ser e a verdade.
O filósofo acima elucida que a compreensão sobre a matéria é enganosa e que o único conhecimento verdadeiro é obtido pelo intelecto, desta forma, os mais relevantes são as ideias ou formas puras, imutáveis e perfeitas para o desenvolvimento da própria consciência.
O conhecimento sensível alcança a mera aparência das coisas, o conhecimento intelectual alcança a essência das coisas e as ideias além do seu Eu, abstendo de qualquer forma que fomente a sua falta de identidade.
Por isso é importante para o autoconhecimento a pergunta quem sou eu? Observe que nem todos saberão responder, porque saber quem somos demanda um conhecimento de nós próprios, não pelo que os outros acreditem que sejamos, mas pelo que acreditamos e demonstramos ser.
Quando nos perguntamos quem somos e percebemos que a resposta de ser um professor, ser um engenheiro, ser um médico não é a resposta certa só ressalta o que fazemos e até mesmo qual é a nossa profissão.
O que somos tem a sua resposta em nosso ser, em nossa “alma” e perpassa por tudo que vivemos, por nossas decisões, nossas quedas, nossas derrotas e vitórias que vai moldando nosso caráter e nossa essência.
O ser reconhece a inteligibilidade, alcança e faz bom uso da racionalidade do real que lhe permite sair da caverna ao qual encontrava-se inserido devido a sua falta de conhecimento.
Essa simples pergunta de quem eu sou, e a não resposta correta, retrata a minha completa ignorância sobre mim mesmo, explicitando o quanto eu preciso melhorar, já que muitos perdem a sua identidade por falta de discernimento, passando assim a acreditar ser algo ou alguém projetado pela sociedade ou pelo próximo.
A perda da identidade em meio de uma coletividade, lhe rouba a liberdade em ser você, abstendo-lhe da criticidade de si mesmo para o seu aperfeiçoamento como ser humano bem como da sua perfectibilidade.
Esta ausência instiga a alienação e a uma falsa identidade projetada em uma uniformidade comportamental e atitudinal do eu, promovida por meio da manipulação que tende a obscurecer, bem como dificultar a busca e o entendimento do próprio ser.
Desta forma, a educação tem que auxiliar na descoberta do seu eu, da autenticação de sua identidade, dando todo suporte e discernimento para a exatidão da resposta quanto ao questionamento “quem sou eu?”.