05/03/2021

Educação do Futuro

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

 

Quando se fala em educação do futuro, a mesma pode ser vista como modismo para algumas pessoas menos esclarecidas, e para outras, uma demagogia aplicada por aproveitadores de plantão, o fato é que ligada ou não a esta área, todos  gostam de falar sobre educação do futuro, mas o que é esta educação? Estamos preparados para ela?

Morin em seu livro Os Sete Saberes necessários à Educação do Futuro, publicado pela Cortez em 2002, trabalha algumas características para esta educação, que são: as cegueiras do conhecimento analisando o erro e a ilusão do mesmo; os princípios dos conhecimentos pertinentes; o ensinar a condição humana; ensinar a identidade terrena; enfrentar as incertezas; ensinar a compreensão e por último, a ética do gênero humano.

Jarauta e Ibermenón (orgs.) no livro Pensando no futuro da educação: Uma Nova Escola para o Século XXII, publicado em 2005[1], ressaltam que o ideal de justiça é definido tanta pela educação quanto pela sociedade e obviamente, este ideal foca uma tomada de decisão éticopolitica. Para o autor, a educação de boa qualidade é que vai resguardar as possibilidades de inclusão social.

Observe nos parágrafos anteriores que a educação do futuro tem que preparar os alunos para a vida e as salas de aulas estarão focadas para as práticas, aplicando assim metodologias ativas e fomentando o pensamento crítico do educando voltado para o seu contexto.

Como afirma Gadotti no livro Histórias das Ideias Pedagógicas, publicado pela Ática em 2004, ao citar Sêneca por volta de 4 a. C. "non scholae, sed vitae est docendum”, ou seja, não se deve ensinar para escola, mas para a vida, e assim tem que ser a verdadeira educação, ensinar para a vida.

            Segundo Morin, cabe a escola ressaltar que o conhecimento é mutável, já que nele também pode estar inserido o erro e a ilusão e que o próprio autor ressalta no Livro Introdução ao Pensamento Complexo, publicado pelo Instituto Piaget em  1990, o inacabamento e também a incompletude do conhecimento.

Demo no Livro Saber Pensar, publicado pela Cortez em 2000 é enfático quando esclarece que o "negócio" do educador não é dar aula, mas garantir a aprendizagem do educando para a vida, permanentemente.

Dito isso, Pitombo elucida no livro Conhecimento, valor e educação em John Dewey, publicado pela Pioneira em 1974, que a educação é uma construção continua, o que reforça as falas acima quanto a incompletude e o inacabamento, e pode-se complementar que tal conhecimento tem que ser pertinente, aplicável e transformador na vida do educando.

Observe que a educação do futuro tem que começar no presente e trabalhar com a criticidade do aluno, fazendo deste um agente protagônico, desenvolvendo assim como nas falas de Pétry no livro Pode e Manipulação: como entender o mundo em 20 lições extraídas de O Príncipe de Maquiavel, publicado pela Faro Editorial em 2016, a capacidade do educando em se adaptar ao imprevisível assim que ele se manifestar, entretanto,  para que isso aconteça, o mesmo tem que ter desenvolvido em si, habilidades necessárias para tal.

Assim sendo, a educação do futuro não é para ser trabalhada no futuro, pois o mesmo nada mais representa que os frutos das sementes plantadas no presente, então que possamos preparar esta terra árida que é a educação pública para que esta possa receber as sementes e fazê-las germinar, projetando um futuro digno e promissor para nossos educandos.

 

[1] Para mais informações vide https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=RK6ZBAAAQBAJ&oi=fnd&pg=PA11&dq=educa%C3%A7%C3%A3o+do+futuro&ots=sNsIkym1yn&sig=qhOVZKHTvqZSugMyel-Bt0e7Lws#v=onepage&q&f=false

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