Educação Diferenciando Povo e Público
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806
Geralmente a educação prepara o seu educando para sentir uma das dores mais cruéis, que é a dor do conhecimento, já que a pessoa que tem o conhecimento se incomoda com a manipulação, com as diferenças sociais, com a miséria porque sabe que ela é uma imposição do sistema e representa o mais alto grito de alerta explicitando o desastre social instigado pelos verdadeiros corruptores.
O conhecimento dói, mas é uma dor que deveria mover a sociedade para o belo, para a equidade e humanização.
Em contrapartida, temos a ignorância que representa a inércia alienante, a indiferença, a bestialidade humana alicerçada em seus preconceitos, em suas paixões materialistas que implicam nos reveses alheios, enfim, são dois extremos em que a sociedade se espelha.
A educação precisa trabalhar em suas diretrizes conceitos que diferenciem povo e público, que convergem com as ideias levantadas pelo jornalista e escritor Lima Barreto (1881 – 1922) que afirmava que a Brasil não tinha povo, tinha público, isso porque o povo luta por seus direitos, não se acomoda com a situação e o público apenas assiste os acontecimentos de forma passiva e alienada.
A educação pública há muito tempo foi uma ação voltada para a docilização de seus alunos, para a sua subordinação subalterna, ou seja, ela preparava públicos e não povo.
Hoje precisamos trabalhar o protagonismo cognoscente, formar um cidadão em sua plenitude cognitiva e com forte poder de discernimento, isto é, precisamos criar uma geração de pessoas pensantes e atuantes.
Nos livros Educação e a não neutralidade publicado pela Ícone em 2024; Educação uma Questão de Politizar, publicado pela Ícone em 2022 e Educação um Ato Político, publicado pela Autografia em 2019, é ressaltado que a educação é uma ação voluntária que deve instigar o aluno a pensar, a buscar sua autonomia e a se abster de tudo que roube a dignidade.
Dito isso, que a educação possa ser realmente libertadora, fazendo com que seus alunos tenham consciência do status quo em que se encontram e que as mudanças pleiteadas por todos está em cada um, por meio de suas ações oriundas dos conhecimentos adquiridos.