04/04/2022

Educação Desmistificando o Golpe

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Líderes políticos teimam em comemorar o dia 31 de abril. Foi neste dia no ano de 1964 que surgiu o golpe militar e não uma revolução, já que em uma revolução existe o apoio popular e não o interesse de uma minoria atendendo posições da elite dominante. 
Este golpe resultou em mais de 400 mortes e 200 desaparecidos, 20 mil pessoas torturadas, 10 mil exilados, 71 milhões de brasileiros subnutridos. Foi um tempo em que imperou impunidade em relação a violência extrema, prisões arbitrárias, torturas, estupros, desesperos, angústias e solidão, tendo como protagonistas as forças armadas e os policias do país. 
O golpe militar de 1964 foi um retrocesso à educação e a economia brasileira. Segundo Aranha em seu livro História da Educação, publicado pela Moderna em 2000, neste período foi optado o aproveitamento do capital estrangeiro liquidando de vez o nacional-desenvolvimento, ocasionando assim em um aumento de 3000% em relação a dívida externa.
É complementado por Romão, no livro Pedagogia Dialógica, publicado pela Cortez em 2002 que o golpe encerrou um ciclo dos governos populistas e os métodos de alfabetização que ameaçavam aos interesses da elites.
Dito isso, pode-se observar que não existe o clamor de celebração, o que existe são lamentações pelas perdas e pelo retrocesso social ressaltando a animalidade e truculência as forças manipuladoras que emudeceram o povo, e quanto a isso, cabe a educação esclarecer seus educandos, demonstrando a falácia nos discursos dos defensores desta data.
A educação tem por si uma missão esclarecedora e de instigar a autonomia, a busca pela verdade e conhecimento, desta forma, seus educandos não serão seduzidos por discursos idiotizantes como os que vangloriam torturadores, assassinos, genocidas, corruptos dentre outras coisas vis que denigrem toda sociedade.
A educação segundo Romão nas falas de Freire, tem que ter este poder para criar homens contextualizados em sua própria história, tornando-os, sujeitos construtores de seu desenvolvimento e de sua libertação.
Como ressaltado por mim no livro Educação um Ato Político, publicado pela Autografia em 2019, precisamos fazer com que nossos educandos deixem de ser sujeitos docilizados a passem a agir como verdadeiros protagonistas.
Apesar de ser uma data comemorada como dia da liberdade por nosso líder político dentre outros débeis, o dia 31 de março não representa o martírio de centenas e milhares de brasileiros, que sofreram, perderam a vida e vivenciaram a injustiça.

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