08/08/2022

Educação: Desmascarando a Branquitude

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

O Brasil deixou cair o véu da hipocrisia e explicitou de uma só vez o racismo, marca da maior ignorância e imbecilidade do povo brasileiro.
Para um país em que a sociedade afirma não existir racismo, temos diversos eventos que registraram e banalizam crimes contra o negro, cultura negra e/ou qualquer movimento de conscientização, já que reza em nossa constituição que Todos são iguais perante a lei e, sem qualquer discriminação, têm direito a igual proteção da lei.Todos têm direito a proteção igual contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
Observe que a lei supracitada quase nunca é seguida em nosso país, pois, um fato ocorrido com o imigrante congolês Moïse Kabagambe, que no dia 24 de janeiro de 2022, no quiosque Tropicália, na cidade do Rio de Janeiro, foi espancado até a morte, todavia, seus familiares só ficaram sabendo do ocorrido no dia seguinte. Casos assim passam ignorados pela sociedade e justiça. Situações como esta são banalizadas pela sociedade, já que segundo pesquisas, negros têm 4 vezes mais chance de sofrer violência policial, sem contar que 78% dos mortos pela polícia são negros.
O fato é que quando uma voz negra sobe na pirâmide do poder, logo ela é calada, como aconteceu com Mariele Franco, o que culminou em sua morte de forma violenta.
O contrário, sucedeu na Câmara Municipal de Curitiba, no Paraná, a qual um vereador sorrateiramente foi caçado. Os políticos “brancos” que o caçaram, se sentiram incomodados com sua voz, sua presença e seu compromisso social, e buscaram neste ato uma forma de silenciá-lo, usando assim de um falso moralismo e alegando que a atitude do vereador "feriu a moral coletiva perante a sociedade", sendo que este vereador apenas pedia justiça nos casos de assassinatos do Congolês Moïse Kabagambe e Duval Teófilo Filho.
Vale ressaltar que o pedido de cassação foi efetivado por todos os homens brancos e isso só realça o preconceito e elucidar o que o colunista Jeferson Tenório pontuou sobre o pacto de branquitude que é “impedir que os movimentos negros se organizem para dar fim aos privilégios e à violência do racismo” 
Atitudes assim reforçam movimentos neonazistas, como ocorrido na Biblioteca Mário de Andrade em São Paulo, o foi noticiado no dia 03 de agosto do corrente ano por Paola Patriarca, ao relatar que um homem de 39 anos fez xingamentos racistas e homofóbicos além de gestos nazistas, chegando ao local com o livro "Minha Luta" ("Mein Kampf"), de Adolf Hitler.
Quanto as informações acima, pode-se perceber o quão anda debilitada a nossa educação pública, já que segundo Souza em seu livro Introdução a Sociologia da Educação, publicado pela Autêntica em 2007, uma de suas mais nobres tarefas é difundir para todo o mundo que não há mais lugar para os campos de concentração, o racismo, a exclusão social, a xenofobia, todavia, pode-se perceber que o Brasil anda na contramão de uma das mais nobres tarefas da educação, começando por nosso próprio chefe de Estado que exala preconceitos.
Que possamos desenvolver o discernimento em nossos alunos para que estes possam perceber que qualquer forma de preconceito gera segregação e nas falas de CHINOY no livro Sociedade: Uma introdução à sociologia, publicado pela Cultrix em  2006 o preconceito encerra elementos efetivos e cognitivos. 
Desta forma, que possamos pela educação, desmascarar esta branquitude e mostrar que o belo está nas diferenças, no respeito e no amor ao próximo.

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