Educação de Qualidade Perpassa pela Filosofia
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806
Sabendo do poder que a filosofia tem por simplesmente promover a reflexão crítica, despertar valores éticos, estimular pensamentos autônomos como também questionar o senso comum e as ideologias dominantes para uma melhor compreensão da realidade, é o bastante para que a elite manipuladora queira extraí-la de qualquer grade curricular do Ensino Fundamental e Médio.
Ela tem que ser o braço forte para uma educação de qualidade, contando de certa forma com outras disciplinas como sociologia que subtrairá o indivíduo do status quo a que se encontra.
Ambas são vistas como Ciências Humanas, sendo que a filosofia é considerada a mais antiga e mãe de todas as ciências, visto que ela instiga o pensar, a curiosidade, a busca pelo novo e a própria evolução do ser humano, tendo como base a ética.
São disciplinas que fomentam o pensamento crítico e a capacidade de análise da realidade sendo a pedra angular para uma melhor compreensão quanto o papel das instituições sociais e políticas na história.
São disciplinas assim que auxiliam na identificação de conflitos e por isso passaram a ser vistas como disciplinas que geram pessoas subversivas, tanto que foram proibidas durante a ditadura militar, voltando como optativas em 1986.
Entre 2008 e 2017 as disciplinas acima passaram a fazer parte da grade curricular de todos as séries do Ensino Médio reforçado pela Lei 11.684/08, todavia, a partir de 2017 com a Lei 13.415/2017 foi instituído o Novo Ensino Médio que tirou a obrigatoriedade das disciplinas, e passaram a trabalhar alguns conteúdos com “estudos e práticas”, logo, mais uma vez, nossos educandos foram privados de ser mais autônomos e críticos, o que passa a ser bem visto pela elite.
Observe que Paulo Freire foi certeiro ao afirmar que o sistema não teme o pobre que passa forme, teme o pobre que sabe pensar e estas duas disciplinas, instigam justamente o pensar, mas não um simples pensar, o pensar que tira o cidadão de sua inércia.
O filósofo Kant já dizia que a medida de um intelecto é feita pela quantidade de incertezas que ele carrega, o que é corroborado por Edgar Morin quando fala sobre a incompletude do conhecimento, mas se analisarmos os dias de hoje, temos muitos imbecis com todo tipo de certeza e toda razão do mundo.
Pessoas com atrofia cognitiva que preferem acreditar nas fakenews que trabalhar sua autonomia intelectual, isso porque é mais fácil aceitar uma mentira porque ela não vai me tirar da zona de conforto a aceitar uma verdade que me incomodará e me instigará a mudança. Apesar do conhecimento implicar em dor, ele é libertador.
E aí está toda preocupação da elite com a filosofia. Pessoas que pensam, que questionam, que lutam pelos direitos, pela justiça social e que têm como principal pilar a ética, são vistas de forma errônea como comunistas, e lógico, as pessoas que intitulam estes indivíduos como comunistas sequer conhecem sobre o assunto.
Eles simplesmente distorcem o conceito, a ideologia e joga ao vento para que a massa alienada passe a ecoar os chorumes das imbecilidades.
Assim sendo, que a educação possa realmente trabalhar a criticidade de nossos alunos, a autonomia intelectual para que estes nunca mais sejam os mesmos, aceitando ser apenas mais uma marionete acéfala de um sistema abusivo e usurpador.