Educação Combatendo Gaslighting
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806
Como ressaltado no livro Educação um ato político, publicado pela Autografia em 2019, a educação é uma ação seguida de um propósito, que é suscitar e desenvolver as capacidades físicas, intelectuais e morais do educando, todavia para que isso aconteça, a mesma deve estar embasada na verdade.
Não se pode educar por meio da mentira, assim sendo, uma educação para ter qualidade, não cabe nesta o achismo, especulação e fakenews.
Interessante fazer um paralelo com a Racionalidade Limitada na qual pontua que o ser humano não é capaz de trabalhar com um grande número de informação, pois quanto mais informações ele obtiver mais confuso ficará para discernir, ou seja, as informações têm que ser consistentes, pertinentes e verdadeiras.
Com base nas afirmações acima, a educação passa a ter uma função mais que precípua que é o combate a gaslighting, por tratar-se de uma palavra oriunda de uma peça do dramaturgo britânico Patrick Hamilton, de 1938. Ela se baseia no poder abusivo e manipulador que neste contexto está baseada na desinformação e nas falácias.
Interessante perceber nas falas de Matheus Pichonelli que a palavra gaslighting é muito empregada na "manipulação psicológica de uma pessoa geralmente durante um longo período de tempo, que faz com que a vítima questione a validade de seus próprios pensamentos, percepção da realidade ou memórias e normalmente leva à confusão, perda de confiança e autoestima, incerteza de seu emocional ou estabilidade mental, e uma dependência do perpetrador”
Ao analisarmos a definição da palavra gaslighting, poderemos perceber que ela se encaixa na atual conjuntura em que um povo alienado, faz manifestação em frente aos quarteis pedindo intervenção militar e até mesmo auxilio aos extras terrestres com sinais emitidos pelas lanternas dos celulares colocados nas cabeças.
Pode-se perceber um povo perdendo a razão e até mesmo a dignidade com atos antidemocráticos, pontuando um déficit em relação aos conhecimentos históricos vivenciados em nosso próprio país quanto ao Golpe de Estado (Golpe Militar) de 1964, efetivado por meio de uma conspiração realizada por grupos conservadores da sociedade brasileira, subvertendo a ordem existente no país por meio da severa censura, como também sequestros, torturas e execuções cometidas por agentes do governo brasileiro e isso tudo teve como gatilho o dia 19 de março com a Marcha da Família com Deus pela Liberdade que reivindicava a intervenção dos militares na política brasileira, o que gerou 21 anos de “legalidade autoritária” desprovida de qualquer senso jurídico, ético ou moral.
Mais uma vez, uma minoria de hipócritas de conservadores encontra-se buscando o mesmo feito de outrora, todavia, os verdadeiros fomentadores deste movimento estão absortos em seus egoísmos e sem se importarem com os seus manifestantes que são vistos apenas como massa de manobra.
Enfim, a educação tem um trabalho árduo em esclarecer o seu corpo discente e fazer com que este desenvolva em si todo o discernimento necessário para que não deixar com que a palavra gaslighting aconteça com tanta frequência como aconteceu neste ano de 2022 durante todo o processo democrático que foi representado pelas eleições.