01/07/2024

Educação Combatendo a Necropolítica

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806

Na filosofia, existe uma palavra conhecida como necropolítica e o seu conceito está ligado ao uso do poder social e político que decreta como algumas pessoas podem viver e como outras devem morrer, e tal conceito embora seja desconhecido por muitos, é bem utilizado pela política extremista neofascista.

Existe uma máxima que diz que quando a dor do outro não te afeta, quem precisa de ajuda é você, assim sendo, pode-se perceber que estamos em uma sociedade que precisa de ajuda, não porque temos em nossa sociedade, desigualdades sociais gritantes, mas porque nossos representantes políticos não tem compaixão pelos pobres que sofrem todos os intempereis, dentre eles a fome e o frio.

A fome segundo Rodrigues[1] representa a exclusão da terra, da renda, do emprego, do salário, da educação, da economia, da vida e da cidadania. O simples fato de não ter o que comer é porque tudo lhe foi negado caracterizando o cerceamento do direito sagrado de viver.

A fome é a explicitação da miséria absoluta e o grito a sinalizar o desastre social de um povo que reflete a atual conjuntura política.

Os políticos são eleitos pelo povo e para o povo deveriam atuar, mas interesses próprios os subtraem do que temos de mais importante que é o sentido de humanidade, de amor ao próximo e de poder diminuir a dor do outro.

Muitos políticos se elegeram usando o nome de “Deus”, fizeram do palanque um púlpito do “senhor”, dizendo-se cristão e divergindo da verdadeira obra cristã que é amar ao próximo.

Estes políticos são os verdadeiros hipócritas que com sua aporofobia (rejeição ou aversão aos pobres), fazem de tudo para exterminar esta classe, por meio da necropolítica.

São Paulo correrá o risco de em breve receber um triste título de capital dos necropolíticos uma vez que a Câmara Municipal de São Paulo aprovou o projeto que prevê multa de R$ 17,6 mil por doação de alimentos, ou seja, foi decidido por via política que pobres deverão morrer de fome já que cidadãos não poderão ajudar seus semelhantes amenizando a fome destes, função essa que deveria ser realizada pelo Estado, mas por ter representantes do povo contra o povo, preferem acabar com a miséria exterminando o miserável e não dando condições para que estes consigam prover suas necessidades básicas.

O Brasil é um país predominantemente cristão, e desde nossa mais tenra idade, independente nossa religião, aprendemos a importância em dar de comer a quem tem fome, mas com esta lei aprovada em São Paulo, teremos que assistir pessoas sofrendo de inanição e se definhando até a morte.

A necropolítica é composta por políticos desumanos, perversos, imorais e anticristãos que se gabam do feito de proibirem que se dê alimentos aos pobres, já que isso é coisa de comunista.

O triste é que vereadores que aprovaram este projeto se dizem cristãos, mas não passam de oportunistas querendo lucrar com a desgraça de seu povo e com o dinheiro do contribuinte que o colocou como representante.

Com base nestes absurdos, é por isso que a educação nunca poderá ser neutra[2], ela tem a obrigação de ser esclarecedora, crítica, levando seu corpo discente e pensar, a ser politizado e a ter discernimento, para que nas próximas eleições não coloquem como representantes, pessoas vis e asquerosas como estes vereadores.

 

[1] RODRIGUES, Carla: Ética e Cidadania. São Paulo: Moderna, 1994 (Herbert de Souza)

[2] TAVARES, Wolmer Ricardo. Educação e a não Neutralidade. São Paulo: Ícone: 2024.

Assine

Assine gratuitamente nossa revista e receba por email as novidades semanais.

×
Assine

Está com alguma dúvida? Quer fazer alguma sugestão para nós? Então, fale conosco pelo formulário abaixo.

×