Educação Básica
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente
Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806
Não é muito difícil entender a educação, embora muitos falhem quanto ao seu entendimento, mas pode-se ter certeza que em muitos casos, esta falha é intencional, pois já afirmava Darcy Ribeiro que não havia crise na educação, pois a tal crise tratava-se apenas de um projeto bem orquestrado pela elite.
É sabido que a educação básica é a pedra angular para a transformação da sociedade, de modo com que esta sociedade tenha como base a ética, o humanismo, o coletivismo e principalmente a criticidade, assim sendo, grande parte dos recursos deveriam ser direcionados a educação básica.
Interessante perceber que a falta de um olhar na educação básica perdura há décadas, ora atenuando em certas gestões políticas, ora agravando em outras.
Estudo divulgado recentemente pela Secretaria do Tesouro Nacional – “Despesas por Educação do Governo Geral”, deixa claro que existe um erro quanto as transferências de rendas, isto porque investe-se muito na educação superior para uma minoria rica e em contrapartida, a educação básica fica em segundo plano, recebendo um investimento sofrível para atender uma maioria pobre e que muitas vezes, resultam em uma educação pública pífia e sucateada.
Importante relatar na pesquisa supracitada que os principais pilares que levaram a conclusão acima são: prioridade para educação básica e a qualificação dos professores.
É obvio que existe aí um interesse político quanto a negligência com a educação básica, o que nos faz analisar as falas de Paulo Freire ao esclarecer que “o sistema não teme o pobre que tem fome. Teme o pobre que sabe pensar”, o que é corroborado por Pedro Demo em seu livro Saber pensar, no qual é elucidado que o saber pensar não implica somente em pensar, é sobretudo saber intervir, e por isso torna-se perigoso para um sistema manipulador.
Imagine se houvesse um bom investimento na educação básica, como seria formada a nossa sociedade? Podemos perceber que esta sociedade seria formada por pessoas pensantes, esclarecidas, críticas, cognoscentes e protagônicos e não por uma massa de manobra, sem criticidade, alienada e totalmente docilizada.
Precisamos entender esta simples equação que a princípio se baseia no binômio educação de qualidade e valorização do professor, e depois que isso for efetivado, caberá ao sistema educacional inserir outras variáveis que já são de nossos conhecimentos como: infraestrutura da escola, comprometimento da família, parceria da família com a escola, metodologias aplicadas, gestão democrática, dentre outras.
Não é objetivo deste texto romantizar a educação básica, já que todas estas falas não passam de quimeras para uma sociedade justa, equitativa e protagônica cognoscente.