13/06/2023

Educação: Aprendendo com os Índios

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806

 

O professor de História Almir Messias do Nascimento deixa claro um dos papeis de um professor de história ou historiador que é “ascender à sociedade usando o ensino como instrumento de luta e transformação social, levando os alunos a uma consciência crítica que supere o senso comum para que possam não somente ver os acontecimentos, mas enxergá-los de maneira crítica e reflexiva”.

Para Almir, trabalhar a disciplina de história, não se trata apenas de relatos, mas experiências insignes vividas no passado que influenciam o nosso presente e é papel social do professor de História munir os alunos de instrumentos para libertação.

Pode-se perceber a importância de um professor de história crítico para a educação brasileira, todavia, nem todos são profissionais críticos, muitos encontram-se engessados pela imbecilidade dos preconceitos e discursos vazios fundamentados em falácias e achismos.

Uma forma de fazer com que o aluno seja crítico é começando com o descobrimento do Brasil, aliás, os historiadores precisam “desromantizar” esta descoberta, o que na verdade se tratou de uma invasão para roubo e exploração de seu povo nativo, que segundo Oliveira (2014) havia 5 milhões de índios antes da descoberta e hoje existe cerca de 250 mil habitantes.

Observe que houve na verdade um genocídio que dizimou vidas humanas em prol das riquezas afanadas das terras destes nativos.

Triste saber que existem pessoas favoráveis a mais explorações das terras indígenas com desculpas de que o índio é improdutivo e que não contribui em nada para a sociedade, exalando a todos o seu racismo e desprezo pela vida humana.

Para estes néscios que sofrem de desvio de caráter, é bom lembrar que o índio é um povo que preza pelo respeito e ligação com a natureza e respeito à sabedoria dos anciãos, e que tais pensamentos tem o intuito de “apagamento histórico, tomada de seus territórios para atividades de desmatamento e garimpo ilegal, entre outros”, como ressaltado no marco temporal, em que uma ala política voltada para o agronegócio que busca beneficiar os produtores rurais, incentivar o garimpo ilegal e a grilagem.

Gilbert (2013) A Corte Internacional dos Direitos Humanos (2013)[1] é enfática ao afirmar que o direito à terra é um direito humano fundamental para preservar a cultura e existência dos povos originários.

Enfim, cabe aos verdadeiros professores de história preservarem a história como ocorreu e não romantiza-la banalizando ações nefastas em prol do enriquecimento.

Pensem como educadores críticos e perguntem as pessoas que defendem ações de invasão das terras indígenas: “se outros homens brancos invadissem o seu térreo ou sua fazenda, isso seria um ato justo?”

 

[1] https://www.corteidh.or.cr/tablas/r32491.pdf

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